São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004 |
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ENTREVISTA "Faltou discussão"
Fernando Azevedo é cientista político, professor da Universidade Federal de São Carlos e coordenador do Grupo de
Mídia e Eleição da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências
Sociais). Ombudsman - Os jornais cobriram bem o primeiro turno? Fernando Azevedo - Cobriram a corrida eleitoral e a competição retórica entre os candidatos. Acho que isso empobrece a cobertura, porque não leva a discussões mais amplas sobre as questões da cidade. Falta aos jornais contrapor a sua própria pauta às pautas dos candidatos, impor a discussão de uma agenda pública sobre as questões da cidade. Isso esteve ausente. Vejo esses problemas tanto nas coberturas como nas páginas de opinião. O período eleitoral é um momento crítico nas democracias, em que o cidadão tem a oportunidade de discutir as propostas políticas e administrativas. Acho que os jornais diários têm uma capacidade maior de sugerir agendas públicas e de pautar os outros veículos, como a televisão. Por isso, acho fundamental os jornais contraporem uma agenda de discussão que não seja a mesma dos candidatos. Ombudsman - Esta eleição foi
diferente das outras? Se sim, os
jornais souberam captar essas
diferenças? Ombudsman - O leitor que
acompanha a eleição pelos jornais está bem informado? Ombudsman - Os jornais de
São Paulo fizeram coberturas
equilibradas? Ombudsman - A que você atribui isso? Marcelo Beraba é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2004. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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