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Crime no Brooklin
A morte do casal Richthofen,
em sua casa no Brooklin, bairro
nobre paulistano, dia 31 passado, expressou que, apesar de experiências anteriores discutidas
fartamente em redações e escolas de jornalismo, a imprensa
continua com dificuldade para
lidar com a cobertura de crimes
complexos e inusitados.
Conforme observei na crítica
interna segunda-feira, o noticiário da Folha sobre o caso centrava-se excessivamente, inclusive
nos títulos das reportagens, numa das hipóteses para a autoria
do assassinato: a de uma ex-empregada doméstica que estaria
fazendo ameaças ao casal, a fim
de recuperar seu posto.
Enquanto isso, outros jornais
expunham em excesso o filho, a
filha e seu namorado, apostando
nessa "saída" para o caso.
"Qualquer que venha a ser o
resultado da investigação, creio
que o procedimento jornalístico
mais adequado, em casos como
esse, é não "fechar" em torno de
uma única hipótese", dizia a crítica.
O assassinato ainda vai a julgamento e modificações podem,
em tese, ocorrer.
De todo modo, a solução apresentada pela investigação
-isenção do filho caçula e envolvimento da filha, seu namorado e do irmão deste-, se por
um lado mostra que a Folha de
início privilegiou uma linha errada enquanto concorrentes ficaram mais perto do alvo, por
outro aponta para um só diagnóstico: quando o assunto é crime, na corrida pelo furo a mídia
ainda dança na mão da polícia.
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