São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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Prato pronto

Editoria de Arte/Folha Imagem



Editoria de Arte/Folha Imagem


As capas reproduzidas acima são dos cadernos Turismo e "Viagem". Circularam, respectivamente, na segunda e na terça-feira passadas.
Pelas datas, o leitor pode pensar que o "Estado" copiou a idéia da Folha. Afinal, as duas reportagens não têm em comum apenas o tema. Também o enfoque é idêntico: como tornar Suíça, um dos países mais caros da Europa, destino acessível ao seu bolso.
Receita da Folha: "Gastar pouco é questão de fôlego e planejamento". Tão simples quanto a conclusão do "Estado": "Com boa vontade e esperteza, você consegue evitar que sua viagem de férias provoque um rombo no orçamento".
Apesar das palavras encorajadoras, como prestação de serviço as duas reportagens deixam a desejar. Boa parte de suas recomendações oscila entre o óbvio e o inútil.
A Folha destaca que a água é muito mais barata no supermercado do que na rua. Ponderei à Redação que isso ocorre na Suíça, no calçadão do Rio de Janeiro e em qualquer outro lugar.
O "Estado" ensina que "na hora de se comunicar com as pessoas queridas, a saída mais econômica é a Internet". Conselho simpático, porém de peso mínimo diante de itens como hospedagem e alimentação.
Quem tem alguma familiaridade com o processo de fechamento de um jornal sabe que não houve cópia. Os dois cadernos, de periodicidade semanal, são concluídos dias antes de circular.
A coincidência se deu porque os autores das duas reportagens, assim como jornalistas de outros veículos, viajaram sob patrocínio da companhia aérea Swissair e do órgão responsável pela promoção do turismo na Suíça.
Convites como esse são o alimento básico dos cadernos de turismo. Daí resulta que eles não têm propriamente uma pauta, e sim um cronograma de publicação dos relatos dessas viagens.
Em uma determinada semana, ou no período de duas a três, todos destacam o Japão. Depois, o assunto é um novo vôo para uma cidade dos EUA. E assim por diante.
Que desse tipo de arranjo raramente resulta algo além de textos promocionais todo mundo já sabe. Mas, diante do exemplo de Folha e "Estado" na semana passada, o leitor tem todo o direito de perguntar se os patrocinadores determinam também o curso da reportagem.


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