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Fronteira sutil
Um leitor se sentiu "perplexo"
e outro falou em propaganda
disfarçada. As críticas foram feitas à nota "Liquidação 15" da
coluna "Painel S.A." (no caderno Dinheiro) do sábado 7/6.
A nota dizia: "Neste final de
semana, quem ligar para qualquer Estado brasileiro usando o
Super 15, da Telefônica, pagará
no máximo R$ 0,06 e no mínimo
R$ 0,02 (sem impostos). O desconto nas chamadas internacionais para qualquer país do
mundo, em qualquer horário,
será de 50%".
Curiosamente, poucas páginas
adiante havia um anúncio de
meia página para a promoção.
O editor da coluna, Guilherme
Barros, afirma que "o objetivo
foi prestar um serviço" e que
"qualquer outra conclusão a
respeito da nota é indevida".
"Acho que esse conflito serviço/propaganda existe mesmo,
em muitos casos. Onde termina
o serviço e começa a propaganda?", indaga o jornalista.
"Quando se noticia o lançamento de um filme, de um livro,
ou quando se faz uma crítica de
um restaurante, está se fazendo
um serviço", afirma Barros,
"mas não deixa também de ser
uma espécie de propaganda".
Cabe fazer algumas distinções.
Há as seções fixas e específicas
nas quais o jornal divulga o que
acontece numa cidade, com diferentes opções de espetáculos,
filmes, restaurantes, eventos.
Há as reportagens sobre estréias ou lançamentos, com declarações, entrevistas e resenhas
críticas, bem como edições sobre
construção, testes de veículos etc.
Há também reportagens sobre
ações setoriais sintomáticas
(viações aéreas fazendo promoções conjuntas, por exemplo) ou
sobre soluções empresariais que
viram notícia pelo ineditismo.
Onde se encaixa a nota em
questão? Sinceramente, não a
vejo em nenhum desses casos.
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