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Pequena onda
Parece estar em formação uma
pequena onda de criação de ombudsmans em veículos de comunicação da América Latina.
Essa foi, entre outras, a impressão deixada pelo "Seminário Internacional El Defensor del Lector (ombudsman)", de que participei entre os dias 5 e 7 passados,
em Guadalajara, México.
O evento foi organizado pela
Fundación para un Nuevo Periodismo (FNPI). Nele estiveram
36 pessoas -sendo nove ombudsmans ou defensores (nome
preferido pela maioria), estudiosos de comunicação, ex-ombudsmans, integrantes de organizações de "vigilância" da mídia,
diretores e donos de jornais.
No total, dez países: Argentina,
Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, México, Nicarágua, Panamá, Peru e Venezuela.
A maioria dos ombudsmans,
ali, tiveram seus cargos criados
nos últimos três ou quatro anos.
É o caso do "La Prensa", do Panamá, do "Milenio", da Cidade
do México, e do "Publico", de
Guadalajara.
Jornais do Peru ("El Comercio"), Bolívia ("El Deber") e Argentina ("Clarín") enviaram representantes com a intenção de
trocar experiências, para criar o
cargo também.
No caso da Colômbia, a legislação que permitiu o surgimento
de canais privados de TV inclui
um dispositivo que os obriga a
criar o cargo de Defensor do Telespectador. Do encontro participaram três defensoras (TV Caracol, RCN e Teleantioquia).
Como síntese do "espírito" que
marcou o seminário e que parece
impulsionar essa pequena onda,
cito trecho da exposição de Javier Darío Restrepo, 70, ex-ombudsman do diário "El Tiempo"
e atual do "El Colombiano":
"Fortaleceu-se nos últimos
anos a consciência de que o receptor da informação é o elo
mais frágil da cadeia informativa e de que isso não deve ser assim. Por isso, surgem em diferentes países projetos de lei para garantir o exercício do direito à informação."
"Com ou sem essas leis, o Defensor garante esse direito, potencializa a voz do leitor que se
sente burlado ou que denuncia,
por outro lado, os abusos do direito (da mídia) de informar,
quando este invade a intimidade ou fragiliza outros direitos".
"Como acontece com a consciência, quase silenciosamente, o
Defensor faz lembrar, nos meios
de comunicação, que o direito
(da mídia) de informar, tão evocado durante o século 20, é um
direito incompleto e fonte de
abusos se não for complementado e reforçado pelo direito (da
sociedade) à informação".
Na última coluna, do dia 1/12,
cometi dois erros factuais.
Ao contrário do que afirmei no
texto "Estímulo ao preconceito",
sobre uma reportagem da Folhinha, o leitor cuja mensagem ali
citava não é pai ("leitor-pai", como escrevi). Ele também esclarece que é um jovem de 17 anos.
Meu erro foi transformar uma
suposição em fato, sem a devida
conferência.
Em "Os nós da Varig", citei coluna de Janio de Freitas afirmando que ela fora publicada na
quarta-feira 27/11.
Como alertou o próprio jornalista em coluna posterior (dia 3/
12) -na qual aborda meus comentários-, aquele seu texto
saíra na quinta, 28/11.
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Bernardo Ajzenberg é o ombudsman da Folha. O ombudsman tem mandato
de um ano, renovável por mais dois. Ele não pode ser demitido durante o exercício do cargo e tem estabilidade
por seis meses após o exercício da função. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva do leitor
-recebendo e verificando as reclamações que ele encaminha à Redação- e comentar, aos domingos, o noticiário
dos meios de comunicação.
Cartas: al. Barão de Limeira 425, 8º andar, São Paulo, SP CEP 01202-900, a/c Bernardo Ajzenberg/ombudsman,
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