São Paulo, domingo, 16 de abril de 2000 |
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Todos a favor
A ilustração acima reproduz a capa do caderno Imóveis de domingo passado, sobre alteração proposta na Lei de Zoneamento para permitir a construção de edifícios em lotes com menos de 16 metros de frente. Alimentada por quatro fontes, todas favoráveis à aprovação do projeto que tramita na Câmara Municipal, a reportagem era só otimismo. Segundo ela, a mudança beneficiaria pequenas e médias construtoras, além de resgatar um padrão arquitetônico que, "até a década de 70, conferia a São Paulo charme semelhante ao de países europeus": os prédios de três ou quatro andares. "Não há no texto uma só palavra contra a proposta", protestou um leitor. Ele enxerga vários aspectos negativos no projeto de lei, entre os quais uma "espécie de favelização vertical" que resultaria da construção em lotes de frente tão pequena. Seja qual for o resultado da discussão urbanística, a reportagem padece da deficiência apontada pelo leitor. "O único erro foi não ter buscado uma ou mais opiniões contrárias ao projeto de lei", disse a editora de suplementos, Patrícia Trudes da Veiga, em resposta ao questionamento do leitor. Não é um erro pequeno. "Acima do logotipo do caderno aparece a expressão "classificados", mas não há indicação de que se trate de matéria paga", escreveu o leitor. Não se trata. Mas o ponto de vista único e o tom festivo do texto dão ao leitor o direito de pensar que a reportagem não é apenas sobre o mercado imobiliário, e sim do próprio. Texto Anterior: Ombudsman - Renata Lo Prete: Tudo igual pontocom Índice Renata Lo Prete é a ombudsman da Folha. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Ele não pode ser demitido durante o exercício do cargo e tem estabilidade por seis meses após o exercício da função. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva do leitor -recebendo e verificando as reclamações que ele encaminha à Redação- e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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