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Pela exatidão
Na terça-feira, o governo do
Iraque promoveu um plebiscito
para referendar a permanência
de Saddam Hussein no comando do país.
Na quarta-feira, ao publicar
fotos da cédula usada na votação (veja ao lado), a Folha traduziu os seus dizeres.
Pela quantidade de palavras,
porém, era claro, mesmo para
quem não lê árabe, que o jornal
selecionara uma parte do texto.
Ficava no ar uma dúvida sobre o restante. Poderia não ser
nada demais. Mas, como saber?
Na crítica interna, comentei
que a publicação da íntegra "teria sido um dado ilustrativo e diferenciado para o leitor".
Por curiosidade, fui atrás da
tradução integral do texto. Com
ajuda da embaixada iraquiana
em Brasília e checagem, depois,
da própria editoria de Mundo,
ei-la:
"Em nome de Deus, o clemente, o misericordioso,
República do Iraque
Conselho Superior de Observação do Plebiscito Popular Geral
para o Cargo de Presidente do
Iraque
Província: (..........)
Número da área do plebiscito:
A pergunta:
Você concorda com que Saddam Hussein fique no cargo de
presidente da República do Iraque?
A resposta: coloque o sinal (v)
no quadrado que escolher:
Não sim"
Claro que o essencial é a pergunta -e isso a Folha traduziu
e publicou. Mas editar a íntegra
da cédula é também possibilitar
ao leitor o conhecimento de elementos simbólicos relevantes, o
"estilo" de um universo cultural
pouco conhecido.
Tem um valor documental
(afinal, haverá no mundo algum
outro plebiscito com 100% de resultado positivo para o governante, conforme o anunciado
oficialmente por Bagdá?), satisfaz uma curiosidade legítima e
responde, também, a uma questão de exatidão.
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