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Para refletir
Deu no jornal francês "Le
Monde", dia 11:
Marjorie Scardino, a texana
que comanda o grupo Pearson,
responsável pela publicação do
"Financial Times", principal
diário financeiro britânico, disse
sem papas na língua:
"Acho que a imprensa econômica e financeira, inclusive o "Financial Times", não foi dedicada
o bastante para conseguir revelar" os escândalos contábeis da
Enron, WorldCom e outros de
empresas gigantes norte-americanas que se seguiram desde o final do ano passado.
Declarou ainda Scardino, segundo o "Monde":
"Se os jornalistas fossem capazes de entender um balanço de
empresa, aqueles desvios teriam
sido descobertos mais rapidamente. Mas os encarregados de
fazer a cobertura das empresas
não conhecem bem a vida econômica. É uma vergonha".
Na visão de Scardino, seu jornal, um dos mais influentes do
mundo, se satisfez frequentemente com a publicação de análises e notícias, em vez de fazer
jornalismo investigativo, segundo relata o diário francês.
Os 550 jornalistas do "FT" ficaram furiosos com o comentário,
a ponto de Scardino enviar-lhes,
depois, um e-mail dizendo que
eles são "os melhores do mundo"
e que, em sua crítica, ela se referia, na verdade, ao conjunto da
comunidade financeira, não
apenas à imprensa.
Como a maior parte dos veículos de comunicação, o "FT" também passa por dificuldades econômicas profundas.
A "bronca" da patroa, neste
caso, é parte de uma tentativa de
recuperação do prestigioso jornal, não apenas com medidas de
ordem orçamentária e operacional, mas também referentes ao
conteúdo de seu noticiário.
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