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Greve "furada"
Recebi na terça-feira a seguinte mensagem eletrônica de
uma leitora de São Paulo:
"No domingo, li na Folha que
a CPTM faria uma greve a partir da 0h de segunda-feira. Avisei, então, a minha mãe e a minha irmã, que são usuárias de
trem, e elas foram trabalhar na
segunda-feira de metrô."
"Moramos perto da estação
de trem José Bonifácio e, para ir
até o metrô Itaquera, elas tiveram que pegar uma lotação. No
metrô mesmo, elas notaram
que o trem estava operando
normalmente."
"Gostaria de saber qual o motivo de a Folha ter publicado tal
notícia sem ter checado antes se
estava correta."
A queixa se refere a uma notícia, publicada na página A17
do último domingo (19), segundo a qual funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos tinham aprovado
em assembléia, na sexta-feira
anterior, entrar em greve a partir da segunda-feira (20).
A explicação enviada pela
editoria de Cotidiano, em resumo, é a seguinte:
1) a nota foi feita a partir de
registro da Folha Online (o site
do jornal), colocado no ar desde
a noite da sexta-feira (17);
2) a informação não pôde ser
checada porque ninguém do
sindicato dos ferroviários foi localizado na manhã do sábado;
3) a responsável pela redação
da nota, na Folha, confundiu
datas: para ela, a segunda-feira
27, a que se referia corretamente o texto original da Folha
Online, era a passada (que, na
realidade, foi dia 20);
4) a falha passou despercebida por quem define a "pauta" e
por outras áreas da editoria
porque todos tinham na cabeça
que a notícia divulgada na internet se referia a um assunto
que só viria a ocorrer dias mais
tarde, dentro de uma semana;
5) entre o dia 17 e a sexta 24, a
paralisação foi suspensa e as
negociações prosseguiam.
O jornal não comete esse tipo
de erro com muita frequência
na cobertura de greves. Além
disso, as explicações acima, embora não anulem o transtorno
provocado, têm um caráter pedagógico e, ao menos, respondem à dúvida da leitora.
Mas nem uma coisa nem a
outra justificam o erro cometido ou a ausência de qualquer
material sobre o caso das negociações na CPTM nas edições
seguintes.
Muito menos o atraso de uma
semana na publicação de um
"erramos" -afinal, tão simples- como o publicado, finalmente, hoje, na página A3.
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