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Equilíbrio e crítica
Está mais equilibrada a cobertura eleitoral da Folha no último
mês. É um fato constatado pela
diminuição de reclamações que o
ombudsman recebe e pelo levantamento quinzenal feito pelo Laboratório de Pesquisas em Comunicação Política e Opinião Pública Doxa, do Iuperj (Instituto
Universitário de Pesquisas do Rio
de Janeiro).
Os primeiros levantamentos
feitos pelo laboratório neste início de campanha eleitoral, publicados pela coluna em 30 de maio,
evidenciavam a predominância
de uma cobertura negativa das
ações da prefeita Marta Suplicy.
Esse quadro mudou, como mostra o gráfico acima.
O monitoramento, quinzenal,
distingue as reportagens relativas
às ações da prefeitura das que tratam da candidatura petista à reeleição. Assim, as reportagens negativas sobre a administração
caíram de 62% para 40% e, na última quinzena, contada até quarta-feira, para 22%. Nesse período,
as reportagens neutras subiram
de 15% para 40% e 39%. As positivas eram 23%, foram para 20%
e estão em 39%.
O mesmo ocorreu com os textos que tratam da candidatura da
prefeita.
O noticiário sobre José Serra
(PSDB) também está bastante
equilibrado, segundo o Doxa. Há
uma predominância de reportagens neutras e um equilíbrio entre as avaliadas como positivas e
negativas.
Em relação a Paulo Maluf (PP),
ainda envolvido com o caso das
contas fora do país, o quadro não
se alterou: a maioria das reportagens é desfavorável ao ex-prefeito, e não vejo como poderia ser
diferente. O importante nesse caso é garantir, como o jornal vem
fazendo, o direito de o candidato
veicular sua própria versão.
Em relação à prefeitura, o que
temo agora é que essa busca necessária pelo equilíbrio possa afetar o espírito crítico do jornal.
Senti isso na sexta-feira, na cobertura do balanço de três anos e
meio que a prefeita fez para a imprensa. Acho que faltou ao jornal
um questionamento mais firme
da gestão petista.
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Marcelo Beraba é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2004. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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