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MANUAL
Terrorismo e equivalentes
A Folha publicou no dia 18
entrevista com Farouk Kaddumi, sucessor de Iasser Arafat no Fatah, principal partido
político palestino. O título da
entrevista, "Linha-dura palestino quer poder a radicais"
(caderno Mundo, pág. A14),
provocou a reação de alguns
leitores, que consideraram
que a Folha não tinha sido fiel
ao teor das declarações de
Kaddumi.
A queixa maior veio do chefe
da delegação especial da Palestina no Brasil, Musa Amer
Odeh, e a Folha publicou uma
carta dele, no dia 19, no Painel
do Leitor. Uma das reclamações não é novidade: o embaixador questionava o uso, por
parte da Folha, do termo terrorista para definir os grupos
palestinos Jihad Islâmico e
Hamas.
No pé da carta, uma "Nota
da Redação" volta a justificar o
uso do termo: "Jihad Islâmico
e Hamas são grupos terroristas, de acordo com as normas
de padronização do "Manual
da Redação" da Folha, pois
"praticam ações violentas contra alvos civis'".
A nota provocou nova onda
de cartas. O Painel do Leitor
de sábado publicou três delas,
uma a favor da posição da Folha e duas contrárias. E no pé
das cartas, nova "Nota da Redação", que reproduzo na íntegra, pela sua importância:
"Na visão da Folha, o atual governo de Israel pratica atos
que são equivalentes a terrorismo".
Fiquei surpreso, porque ainda não tinha visto manifestação semelhante por parte da
Folha.
Fiz uma pesquisa, com a ajuda do Banco de Dados do jornal, nas edições dos últimos
três anos e não encontrei nenhuma reportagem em que a
Folha associasse os termos
terrorismo ou terrorista a
qualquer ação do governo ou
do Exército de Israel na Palestina ou contra palestinos.
É uma orientação, portanto,
nova e, até este momento, sem
efeito prático.
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