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Liberalidade
Advertido por um leitor, fui
atrás de um artigo da "Veja" do
domingo retrasado e outro do
"Estado de S.Paulo" de 7/3. Este
se chama "Eu sou um liberal"; o
da revista, "Você também é liberal". Seu autor é o jornalista
João Mellão Neto (veja abaixo).
Em seu início, o de março resume a evolução da presença das
idéias liberais no século passado.
Depois, o articulista afirma
achar oportuno republicar o
"Credo Liberal", um texto, ele
diz, "que compilei há muitos
anos", com os "principais postulados do pensamento liberal".
Escreve Mellão Neto: "...se você, leitor, concordar com tudo o
que é dito a seguir, é porque você, mesmo sem o saber, é um liberal também. E não há por que
se envergonhar disso".
Metade do artigo, a partir daí,
é a tal reunião de idéias, todas
começando com "Ser liberal é...".
Na revista, o texto também
traça as oscilações da presença
do liberalismo, repete o "se você,
leitor..." e o "Credo Liberal".
O jornalista Mellão Neto, procurado por mim, afirma o seguinte: "A semelhança entre
meus dois artigos está na re-publicação do "Credo Liberal". Em
momento algum eu afirmei que
o "Credo" era uma publicação
original. Eu já o publiquei antes
em outras ocasiões".
É natural que um autor repise
seus princípios, mas espaços para artigos na mídia, instituídos
para arejar o debate, pressupõem que seus protagonistas, ao
apresentar as mesmas e legítimas idéias, procurem ao menos
formas diferenciadas de argumentação. Não é o caso aqui.
O texto na "Veja" não esclarece que se trata de uma re-publicação. Traz o "Credo" como
compilação inédita. Soa, assim,
como um auto-plágio, que pouco acrescenta ao debate público.
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