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ELIANE CANTANHÊDE
¨Hablas español?
BRASÍLIA - Para disputar o voto
em massa do forte eleitorado latino
dos EUA, Barack Obama e John
McCain vão ter de afiar o discurso,
mais do que em imigração, em três
temas principais: educação, saúde e
economia/emprego.
Esse é o resultado de uma pesquisa do Centro Hispânico Pew, de
Washington, que, cruzado com outros dados, dá uma boa panorâmica
do voto latino nos EUA.
Por que educação?
Primeiro, a idade média dos eleitores latinos é bem baixa: 31% dos
inscritos para votar têm entre 18 e
29 anos, e só 15%, mais de 60. Nos
brancos ocorre o contrário: 19%
mais jovens e 26% mais velhos.
Depois, porque 27% dos eleitores
latinos inscritos têm menos que a
escola secundária, e só 13%, graduação universitária. Mais uma vez, no
eleitorado branco é justamente o
oposto: 11% e 27%.
E por que saúde e emprego?
Segundo o dr. Robert Moffit, diretor do Centro de Estudos sobre
Políticas de Saúde da Fundação Heritage, 8 em cada 10 cidadãos sem
cobertura do seguro-saúde são de
renda baixa e sujeitos a empregos
muito voláteis (perde a vaga, perde
o seguro). Esses, sem assistência,
sem emprego e com baixa renda,
são majoritariamente hispânicos
-um em cada três.
Com um agravante, segundo
Moffit: o grupo latino tem um risco
três vezes maior que os demais de
contrair diabetes, uma doença crônica, sem cura, que exige tratamentos caros e geralmente diários.
A população latina, que cresce
proporcionalmente mais que a
branca e a negra, está se mobilizando. E, até porque é mais pobre e tem
menos educação, saúde e emprego,
tem sido bombardeada por uma intensa pressão, sobretudo de ONGs,
para reclamar cidadania americana
(1,4 milhão de pedidos desde outubro) e se inscrever para votar.
Clinton e Bush intuíram a crescente influência do voto latino, e
Hillary seguiu os passos. Obama e
McCain correm atrás do prejuízo.
elianec@uol.com.br
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