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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Atenção senhores candidatos!
Os últimos dias foram marcados
por notícias bombásticas no
campo do trabalho. O IBGE revelou
que o desemprego saltou para a casa
dos 7,5%. O Seade registrou 20,4% de
desempregados na região da Grande
São Paulo. E a Associação Comercial
constatou que 51% das famílias da cidade de São Paulo têm algum problema de trabalho afetando pelo menos
um de seus membros.
É verdade que cada pesquisa mede
um fenômeno diferente. Mas, por
qualquer ângulo, o assunto é grave. O
Ministério da Previdência indica que
60% dos brasileiros que trabalham estão na informalidade. São 42 milhões
de brasileiros, deixando apenas 28 milhões (40%) com as proteções da CLT.
Se somarmos esses 60% a qualquer
dos números de desemprego acima
indicados, verificaremos que mais de
dois terços dos brasileiros têm problemas no campo de trabalho -com sérios desdobramentos na vida social.
Até o momento, não vi nenhum dos
candidatos à Presidência da República
apresentar um plano coerente para
atacar esse flagelo. É claro que a solução é difícil, e não há milagre a ser produzido. Mas eles terão de indicar o
que farão nas áreas econômica, institucional e educacional.
Na área econômica, eles precisam
explicitar medidas seguras para incentivar investimentos e para gerar
empregos. De nada adianta ser a favor
do emprego e contra a empresa. É preciso estimular as empresas a produzir,
a crescer e a vender nos mercados interno e externo. Qualquer medida que
venha a intranquilizar ainda mais os
investidores e produtores agravará
ainda mais o quadro atual.
Na área institucional, estou à espera
de propostas de mudanças, nos campos trabalhista e previdenciário, que
criem formas de contratação que
aproveitem bem os talentos e as características dos trabalhadores brasileiros
-sem onerar em demasia quem os
contrata e sem transformar a contratação em uma bomba-relógio que vá
explodir na Justiça do Trabalho.
Na área educacional, serão de utilidade sugestões concretas que explorem a enorme criatividade dos nossos
trabalhadores, garantindo a eles um
ensino de boa qualidade.
Nos três campos, há muito o que
inovar. Por que não criar formas de
contratação nas quais os mais velhos
possam passar a sua experiência profissional aos mais jovens?
Por que não oferecer um bom estímulo às empresas que treinam e retreinam seus trabalhadores? Por que
não colocar os bons programas de
educação no horário nobre da competente televisão brasileira?
A questão do emprego é séria e precisa ser atacada em várias frentes. O
povo está precisando de esperanças. É
estranho que os candidatos tenham se
mantido mudos em relação a esse assunto. Eles precisam se pronunciar,
mas sem demagogia e com o máximo
de realismo.
Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.
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