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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Arregaçar as mangas, Brasil!
A última semana foi marcada
por um forte sentimento de desânimo. Isso não pode acontecer. O Brasil é um país que tem tudo; é uma das
economias mais promissoras do
mundo.
Compreendo bem o desânimo dos
produtores que estão sendo atingidos
pela onda de insegurança provocada
por invasões e desrespeito a contratos,
assim como a frustração dos que assistem aos recuos do governo na aprovação das reformas estruturais, em especial a previdenciária.
Alguns parecem ter chegado ao limite da sua tolerância e, por conta própria ou por ordem de suas matrizes
(no caso das empresas multinacionais), anunciam sua disposição de
abandonar o Brasil em busca de outras alternativas para seus investimentos. Isso é péssimo -e fatal para o emprego e para a ordem social do futuro.
Ainda que reconheça tudo isso, penso não haver razão para desistir. Ao
contrário, chegou a hora de arregaçarmos as mangas e trabalharmos mais.
Afinal, na raiz de todos esses movimentos, está a grave deterioração social do nosso país, em especial a falta
de emprego, cuja solução exige de todos nós mais empenho, e não menos.
É verdade que, nessas ocasiões, os
espertalhões da política e os arautos
do caos se aproveitam daqueles que
sofrem, da gente que procura trabalho, dos que não têm mais renda e
chegam perto do desespero por estarem sem horizontes para si e para seus
familiares. É contra esses aproveitadores que devemos agir, para que não alcancem o seu intento, ou seja, o de arruinar o Brasil de forma irreversível.
A crise social e o oportunismo político têm de ser combatidos com a mesma ação -a geração de empregos!
Para tanto, temos de continuar trabalhando e enfrentando as dificuldades e
prosseguir investindo, com a certeza
de que o Brasil é maior do que os aproveitadores.
Serenidade, confiança e patriotismo
devem ser redobrados em momento
como este. Nós, brasileiros, temos de
dar o exemplo aos estrangeiros. Precisamos muito dos capitais externos para construir a infra-estrutura e a base
produtiva deste país. Não há a menor
dúvida. Por isso os brasileiros têm de
mostrar aos estrangeiros que continuam dispostos a trabalhar como
nunca e que estão empenhados em
mostrar ao mundo que o Brasil é um
país sério.
E claro que, ao governo, cabe o importante papel de fazer respeitar as
instituições democráticas. Não basta
anunciar intenções e lançar ameaças.
É preciso agir para que fique bem clara
a disposição deste país de manter a legalidade e de prosseguir na dura trajetória de construir uma democracia.
O governo não pode abrir brechas
para o desânimo, porque o contágio
da desilusão corre muito depressa e se
espalha como epidemia. Isso não pode acontecer. Mas os produtores precisam ter a garantia -do governo!-
de que poderão trabalhar em paz e,
com isso, colaborar para a geração de
empregos, que, no final das contas, é o
que vai resolver a crise atual.
Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.
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