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São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Saco de maldades
"Enquanto foi oposição e precisou dos votos, o PT se postou ao lado do funcionalismo público. Agora, no governo e em lua-de-mel com o neoliberalismo, não apenas virou as costas como também quer despejar seu saco de maldades em cima deles. A resposta do funcionalismo virá na próxima eleição: PT nunca mais."
Jayme Vaz (Campinas, SP)

Esperando a morte chegar
"A respeito da reportagem "Inativo vive com menos, diz Mantega" (Brasil, pág. A8, 1º/5), gostaria de dizer ao senhor Mantega que realmente o inativo vive com menos, porque, pelo que se deduz, "não gasta dinheiro em condução, vestuário e tudo o mais", pois fica em casa, esperando a morte chegar. Será que ele sabe o preço dos remédios no Brasil?"
Magda Lúcia Renesto Dultra (Ribeirão Preto, SP)

Cuba
"Assim como José Saramago, também não concordo e não posso aceitar como saída para a solução de problemas políticos ou sociais a execução de pessoas. É fato que as pessoas executadas foram julgadas e condenadas, pois Cuba é um Estado e, como todo Estado, tem leis e sistema Judiciário. Posso não concordar com a decisão, mas respeito-a e não vou usar argumentos simplistas e oportunistas para desqualificá-la. Porém não entendo por que tanto os jornais como os críticos desse ato não tratam os EUA com o mesmo rigor de crítica. Que crime cometeram os iraquianos assassinados pelos soldados estadunidenses? Em qual tribunal foram julgados? Onde estão os juízes que lhes condenaram à morte? É revoltante ler nos jornais que "15 iraquianos morrem em protestos contra os EUA". Por que não "soldados estadunidenses assassinam -ou executam- 15 iraquianos'? Se é tão desumano condenar pessoas à morte, seja por que causa for, por que se condena apenas o Estado cubano?"
César Augusto Félix (Florianópolis, SC)

Os livros dos vestibulares
"Chega a ser ofensiva a opinião do mestre em letras Ely Vieitez Lanes expressa na carta "Vestibular" ("Painel do Leitor", 27/4), em que dá a entender que os vestibulandos detestam os livros indicados pela equipe do vestibular da Unicamp. Como vestibulando, sempre considerei excelentes as escolhas da banca. Aliás, foi só quando deixei de ler os livros "mais fáceis" do ginásio e comecei a ler os consagrados exigidos no vestibular que realmente tomei gosto pela literatura. Partir da enganosa idéia de que os jovens devem ler obras "mais fáceis" não só é um desserviço à sociedade como é a pressuposição de serem os jovens vestibulandos um bando de tolos incapazes de apreciar uma boa leitura."
Erick Barbosa Reszka (Campinas, SP)

Turismo
"Num cantinho do caderno Dinheiro (pág. B16, 30/4), temos a notícia do lançamento do Plano Nacional do Turismo ("Governo vai incentivar o turismo'), que prevê verbas de R$ 1,8 bilhão ao ano. Considerando o nosso exuberante potencial turístico, o nosso galopante e assustador desemprego e a falta de incentivos para as nossas comunidades, que têm no turismo a sua principal fonte de renda, até que a notícia é bem animadora -e espero que realmente não fique só nos planos. Sugiro à Folha que busque mais informações e detalhe melhor o tal plano do Ministério do Turismo e ao ministro Palocci que, num próximo aperto, não corte a verba prometida para incentivar o turismo no país."
Jarmuth de Oliveira Andrade, chefe-de-gabinete da Prefeitura Municipal da Estância de Campos do Jordão (Campos do Jordão, SP)

Salários
"Na reportagem "Reforma pode desfalcar universidades" (Cotidiano, 1º/5), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior não soube informar qual a média dos valores recebidos pelos professores de universidades federais para que pudesse ser feita uma comparação com o teto de R$ 17.170 imposto pelo governo. Sou professor doutor (com cinco diplomas) e tenho nove anos de trabalho na UFSC, onde já atingi o topo da carreira, não tendo portanto perspectiva de promoção futura. Meu salário bruto é de R$ 5.000, e o líquido, de R$ 3.700. Descontam-me R$ 550 por mês a título de Seguridade Social, dinheiro esse que em qualquer fundo de pensão privado me renderia folgadamente uma pensão de mais de R$ 3.000 depois de aposentado. Tenho um carro popular ano 2001, uma só filha e só tenho casa própria porque recebi uma herança. Meu salário termina no dia 20, todo mês. Se existem marajás, não somos nós, os professores das Ifes, uma classe em extinção, que com ela levará a já pouca capacidade de fazer ciência no Brasil."
Osvaldo Schilling, Departamento de Física da UFSC (Florianópolis, SC)

A finança do caos
"Enquanto Lula, Palloci e cia. comemoram o bem-sucedido lançamento de títulos brasileiros no exterior, eu pergunto: por que programar o vencimento dos títulos para janeiro de 2007, exatamente o mês da posse do próximo presidente, um período típico de instabilidade política e econômica? Será que é só descaso com o futuro do país ou o PT pretende usar na campanha de reeleição o surrado bordão tucano "Ou nós ou o caos'?"
Geraldo Milagre (Campinas, SP)

Grampos
"A atitude da Mesa Diretora do Senado, presidido pelo senador José Sarney, ao arquivar o pedido de processo sobre o caso dos grampos, envergonha toda a nação. Não poderia esperar outra coisa desse senhor, uma vez que até hoje ele e a sua família não deram uma explicação convincente sobre a montanha de dinheiro encontrada no escritório da Lunus."
Francisco C. Martins Borges (Campinas, SP)

Drogas
"Tenho notado que os últimos trabalhos sobre drogas publicados neste importante jornal têm-se caracterizado por uma visão estreita e maniqueísta. Colocam como opostas as posições do Ministério da Saúde e da Senad. Na verdade, podem existir conflitos que não se opõem, pois a Secretaria Nacional Anti-Drogas (o nome realmente não é muito feliz) tem-se colocado como defensora de estudos que visam conhecer melhor a situação em nosso país (exemplo disso é o Levantamento Nacional realizado pelo Cebrid e patrocinado pela Senad) e tem proposto muito mais políticas voltadas para a prevenção e para o tratamento dos casos de abuso e de dependência do que políticas de repressão. Não podemos esquecer que as principais drogas, e justamente as que estão mais relacionadas com a violência e a criminalidade, são justamente as legalizadas, especialmente o álcool. O debate sobre a descriminalização deve ser feito sem paixões para que a sociedade possa escolher seus caminhos com ajuda da técnica e com o equilíbrio que surge do diálogo amplo."
Luiz Alberto Chaves de Oliveira, médico, diretor clínico do Recanto Maria Tereza, Centro de Tratamento para Dependentes Químicos (Cotia, SP)

Saúde
Excelente o editorial "Moratória na saúde" (Opinião, 2/5). Já era hora de uma mobilização com o intuito de impedir a abertura de novos cursos de medicina no país. O que vemos atualmente é o crescente número dessas instituições caça-níqueis, que obtêm a autorização do MEC e abrem cursos de medicina sem a estrutura e o quadro docente necessários à formação de um bom profissional."
Paulo Saraceni Neto, membro do Centro Acadêmico de Medicina Dr. Günter Hans, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Campo Grande, MS)



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