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FERNANDO RODRIGUES
Disputa aberta nos EUA
ST. PAUL, MINNESOTA - Está
mais aberta do que nunca a disputa
pela Casa Branca. Há uma semana,
depois de fazer a sua convenção
partidária, o democrata Barack
Obama havia conseguido uma vantagem de oito pontos sobre o republicano John McCain.
Ontem, essa liderança já começava a evaporar. Algumas pesquisas,
como a encomendada pela rede de
TV CBS, mostram ambos os candidatos empatados com 42%.
O republicano McCain fez a sua
festa partidária nesta semana. Recebeu o tradicional espaço generoso na mídia norte-americana.
Apresentou Sarah Palin como candidata
a vice-presidente. É uma novata
com perfeito domínio do palanque
e do microfone. Pode ser interiorana, simplória, pronunciar "Ái-rák"
quando se refere ao Iraque. Mas
quem vota nas eleições dos EUA são
milhões de pessoas exatamente
como ela.
Há um senso comum histórico
segundo o qual os eleitores norte-americanos só começam a prestar
atenção para valer nos candidatos
depois do Dia do Trabalho. Aqui, esse feriado é sempre na primeira segunda-feira de setembro.
A eleição será em 4 de novembro.
Por algum motivo ainda não totalmente esclarecido, a economia
cambaleante não está produzindo
um efeito equivalente sobre a candidatura governista de John
McCain. De maneira sábia -ou pusilânime-, o republicano tem mantido uma distância regulamentar do
impopular George W. Bush.
A perda de empregos, a redução
do PIB per capita e a inflação alta
parecem ser fatores sentidos de
maneira distante por parcela considerável do eleitorado dos EUA.
Para vencer, Obama depende de
os eleitores sentirem nos próximos
60 dias um pouco mais a crise econômica. McCain tergiversará e usará seu patriotismo como anteparo.
É impossível, a esta altura, saber
qual estratégia prevalecerá.
frodriguesbsb@uol.com.br
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