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PLÍNIO FRAGA
Numerologia eleitoral
RIO DE JANEIRO - Se coubesse
aos mais ricos da cidade a escolha
do futuro prefeito do Rio, a disputa
estaria entre a ex-deputada federal
Jandira Feghali (PC do B) e o deputado federal Fernando Gabeira
(PV). Pesquisa Datafolha divulgada
ontem mostra que os dois lideram
com 22% dos votos no estrato de
eleitores que ganham mais de dez
salários mínimos. É uma parcela de
cerca de 1,1 milhão de pessoas numa
cidade de 6 milhões.
A depender do eleitorado de menor renda, com vencimentos de
menos de dois mínimos, a eleição
caminha, neste momento, em favor
do senador Marcelo Crivella (PRB),
que, nesse estrato, tem o dobro dos
votos (32%) da segunda colocada,
Jandira (16%). É um contingente de
quase 1,9 milhão de pessoas. Entre
os mais ricos, Crivella atinge 16%
dos votos, dez pontos a menos do
que na média geral do eleitorado.
Jandira, entre os mais pobres,
atinge apenas um ponto percentual
a menos dos 17% que tem entre o
eleitorado em geral. Tem eleitores
distribuídos de forma uniforme.
Campanha eleitoral hoje é majoritariamente via televisão. Crivella
e Jandira têm os menores tempos.
É aceitável a idéia de que tendem
mais a perder votos do que ganhar
quando começar a propaganda eleitoral gratuita. Seguindo esse princípio, Solange Amaral (DEM), Eduardo Paes (PMDB) e Fernando Gabeira poderiam incorporar mais votos
porque têm mais tempo na TV.
Solange tem 9% entre os mais pobres e 7% entre os mais ricos. Paes
possui 7% entre os com menor renda e 11% entre os de maior renda.
Gabeira tem um abismo a enfrentar: sua taxa de votos no eleitorado
pobre é de apenas 3%, 19 pontos a
menos do que possui entre os ricos.
No momento, a disputa para a
prefeitura é viável para cinco candidatos, podendo afunilar para três se
Crivella não crescer entre os ricos e
Gabeira entre os pobres.
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