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PAINEL DO LEITOR
Plebiscitos
"Foi com tristeza que li o artigo de Elio
Gaspari de domingo passado ('Os plebiscitos da CNBB') e uma carta de leitor
nesta seção na terça-feira ('Plebiscito').
Ambas as visões do papel da igreja são
por demais restritas. Ao falar que a igreja
não deve se envolver com política, exprimem uma visão anterior ao Vaticano 2º,
anterior a Puebla e a Medellin. Observam
a participação da igreja como algo meramente formal, acima dos homens, neutra.
A igreja fez uma clara opção: a opção
preferencial pelos pobres e jovens, expressa nos concílios episcopais latino-americanos. Entendido que a Alca representa o domínio de uma nação sobre outra, a igreja cumpriu o seu papel. Obrigada a escolher, opta pelos pobres. Faz como Jesus, que denunciou os fariseus de
seu tempo e derrubou as bancas de comércio do templo. Faz como são Tiago,
que escrevia: "Ai de vós se não colocarem
a Palavra em prática".
Dom Hélder Câmara, falecido arcebispo do Recife, falava que, quando a igreja
estava ao lado dos ricos, não fazia política. Ao se colocar ao lado dos pobres, é
acusada de subversiva e comunista.
Hoje, a CNBB é acusada de intervencionista. Mudam os tempos, mas a retórica continua a mesma."
Leandro Humberto Pereira Beguoci,
coordenador diocesano da Pastoral da
Juventude da Diocese de Bragança Paulista
(Bragança Paulista, SP)
Sonho soberano
"Ao ler, na última quinta-feira, dia 5/9,
a coluna do professor Paulo Nogueira
Baptista Júnior ("Alca e FMI", Dinheiro,
pág. B2), firmei minhas convicções e aumentei as minhas preocupações. Se a
adesão do Brasil à Alca for inexorável,
estaremos reduzidos a uma condição de
colônia pior da que já tivemos no passado e estaremos sepultando todo e qualquer sonho de construirmos uma nação
soberana para nossos filhos e netos."
Luiz Henrique Minhoto Quevedo
(Brasília, DF)
Caos federal
"A notícia veiculada por toda a imprensa já não causa surpresa, embora assuste.
Um criminoso de alta periculosidade,
preso e encarcerado em presídio de segurança máxima, julgou, condenou à
morte e, por telefone (concessão pública), ouviu a execução de alguns de seus
comparsas que teriam ousado desafiar a
sua liderança.
Alguém pode simplificar a questão e
dizer: "Cinco bandidos a menos". Mas
não é assim.
Além de configurar uma ação criminosa, o episódio demonstra a falência absoluta do atual sistema de segurança pública, corroído pela corrupção e pela incompetência dos governos estaduais.
E o que é pior: governos de todos os
partidos políticos, pois o caos está instalado em praticamente toda a federação."
Antônio Carlos Nantes de Oliveira
(Brasília, DF)
Viva-voz
"Tive a oportunidade de ouvir uma entrevista radiofônica da diretora do Denatran na quinta-feira justificando a recente proibição do uso de aparelhos "viva-voz" nos automóveis.
O argumento para a proibição dessa facilidade (quando o motorista se conecta
com o mundo em meio à crônica paralisia do trânsito urbano) é que o uso do
aparelho compromete a desejável e necessária atenção do condutor.
Então, a medida deve ser ampliada para que se sustente a lógica da decisão. Há
que se proibir também passageiros falantes, sogras resmungonas e filhos tagarelas, pois também distraem os condutores.
No caso dos táxis, em lugar de se proibir diretamente o bate-papo com o motorista, porque não exigir desses profissionais a pré-qualificação de surdez?
Mais ainda. Se o problema é a dispersão da atenção do motorista, urge que se
proíbam outdoors, rádios, toca-fitas e toca-CDs, porque acabam desviando a
concentração do piloto.
Deve-se proibir também, nas provas de
Fórmula 1, que os dirigentes da Ferrari
digam por rádio que é para Barrichello
deixar passar o alemão, pois o bravo Rubinho poderia errar a tomada da curva."
Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro
(São Paulo, SP)
Preferência
"É incrível que, com todo o desenvolvimento tecnológico e com toda a capacidade existente, a preferência seja pela
guerra, obsoleta, escandalosa.
Os EUA, definitivamente, não parecem
ter os olhos no futuro. É uma questão de
acordar e de buscar ter uma melhor safra
de homens públicos, quesito no qual não
ajudamos muito.
Imaginemos se fôssemos poderosos!"
Dalton A. A. Andrade (Sete Lagoas, MG)
Um novo planeta
"Depois da Rio+10 e dos seus "resultados", fica evidente a insensatez humana.
A Cúpula Mundial não conseguiu
-ou não quis- estabelecer metas para
salvar a Terra. Será que foi descoberto
um outro planeta habitável para onde os
ricos se mudarão? Ou será que eles pensam que são imortais?
Mesmo assim, penso que a Rio+10, a
despeito do pessimismo dos ambientalistas, foi positiva, pois pode estimular
uma séria reflexão global sobre quem de
fato possui "armas de destruição em
massa".
Desperta, mundo globalizado! Ainda
há tempo."
José Diogo Gimenez (Bauru, SP)
Monitores
"A reportagem "Monitor do Estado faz
campanha para PSDB" (Eleições 2002,
pág. Especial 7, 25/8) referiu-se a um
possível trabalho desenvolvido por monitores vinculados ao programa Parceiros do Futuro, da Secretaria de Estado da
Educação, e analisou a ação e conduta
específica de um dos sete grupos do programa-no caso, o pertencente à zona
leste da capital, do qual fazemos parte.
Em vista disso, queríamos esclarecer o
que segue.
1) O trabalho feito em prol da candidatura de Geraldo Alckmin, de José Serra e
do PSDB ocorre, de nossa parte, como
uma ação livre e espontânea. Repetimos:
uma iniciativa própria do grupo.
2) Essas atividades só são realizadas
-e a reportagem confirma isso- nos
horários de almoço ou fora do expediente de trabalho.
3) Jamais fomos pressionados por
qualquer chefia para realizar panfletagem ou entrega de material de campanha -e jamais aceitaríamos tal ingerência.
4) O grupo que se encontrava no centro da cidade era apenas uma parte dos
monitores da zona leste. Em nenhum
momento, nenhum de nós foi abordado
pela reportagem da Folha.
Se algum jornalista nos tivesse questionado sobre as atividades naquele momento, seria prontamente atendido. E
explicaríamos, prazerosamente, nosso
exercício de cidadania."
Rita de Cássia Alexandra, monitora do
Parceiros do Futuro -seguem 35 assinaturas
de monitores (São Paulo, SP)
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