São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES A realidade da USP
ADOLPHO JOSÉ MELFI
Ainda o benefício à indústria naval e de exploração de petróleo em águas profundas, com a inauguração, na Escola Politécnica, do primeiro tanque de provas numérico, um laboratório virtual para simulação numérica de estruturas flutuantes de produção de petróleo e gás, que vai permitir condições mais precisas para elaboração de projetos, instalação e manutenção de estruturas flutuantes, com uma tecnologia inédita no mundo e totalmente desenvolvida no Brasil, coordenado pelo professor Kazuo Nishimoto, do Departamento de Engenharia Naval. Isso sem contar os seguidos prêmios que a Escola de Engenharia de São Carlos vem recebendo em concursos nacionais e internacionais por seus projetos. O acervo das bibliotecas da USP está entre os maiores acervos universitários da América Latina. Atendeu, só em 2001, cerca de 2,5 milhões de usuários, sendo aproximadamente 200 mil externos, entre professores e alunos de outras universidades, sobretudo particulares. A USP tem dedicado à conservação e manutenção desse acervo bibliográfico valores consideráveis. Só no ano passado, destinou mais de R$ 25 milhões. O acervo também tem sido beneficiado por recursos de outras fontes de fomento. Entre 1995 e 2001, a Fapesp destinou aos projetos de infra-estrutura, manutenção e conservação do acervo valores próximos de R$ 21,5 milhões e mais US$ 1,7 milhão. De outras fontes, o Sistema Integrado de Bibliotecas da USP recebeu, no mesmo período, R$ 500 mil e mais US$ 3,7 milhões. Além do destaque na pesquisa, a USP é responsável, anualmente, pela formação de mais de 2.500 mestres e 1.500 doutores -praticamente a metade de todos doutores formados no Brasil. Isso em todas as áreas do conhecimento. Porque a USP, sim, atrai alunos para suas salas de aula em todas as áreas. Por mais que os números possam ser frios, eles são relevantes: o último Anuário Estatístico da Universidade mostra que, no vestibular de 2000, a área de humanas recebeu 55 mil inscritos, enquanto as biológicas receberam cerca de 45 mil e as exatas pouco mais de 21 mil. Ainda com relação ao vestibular de 2000, foram aceitos na universidade cerca de 5.500 vestibulandos que cursaram totalmente a escola particular ou passaram por ela, enquanto apenas 2.000 estudantes da escola pública foram aprovados nos exames da Fuvest. Mas esse é um problema de base, do primeiro e do segundo graus. E justamente por saber disso que a Universidade de São Paulo firmou recentemente um convênio com a Secretaria Estadual de Educação, para proporcionar uma formação mais abrangente e sólida aos professores da rede pública. Este também é o papel de uma universidade pública e gratuita. O mito USP não está abalado, até porque a universidade não é um mito, e sim uma realidade. Adolpho José Melfi, 65, geólogo, é reitor da Universidade de São Paulo. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Rubem Alves: O buraco da fechadura Índice |
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