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Editoriais
Aperfeiçoar o Enade
SAIU MAIS um Enade, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, que
substituiu o Provão. A boa notícia é que o sistema nacional de
avaliação de cursos universitários já se tornou uma realidade,
apesar das ofensivas de diversos
lobbies para sepultá-lo. A má é
que o exame ainda é bem menos
completo e útil do que poderia.
O defeito mais grave do Enade
é que ele não exige dos alunos
que se empenhem em realizar a
prova, o que tende a produzir
distorções. O remédio para o
problema é conhecido: tornar o
Enade exame obrigatório para
todos os concluintes -inclusive
para os alunos de universidades
importantes, como USP e Unicamp, as quais alegam discordância metodológica e não participam do teste- e fazer com que
a nota conste de seus históricos.
Hoje apenas uma amostra dos
estudantes é avaliada, e o resultado obtido é guardado sob sigilo. A maior dificuldade para universalizar o sistema é o custo.
Outro ponto a aperfeiçoar é a
metodologia. Desde o início, o
Enade foi concebido para comparar cursos, e não para avaliar
conteúdos. Assim, uma nota 5
não significa necessariamente
que os alunos da escola que a obteve dominem a matéria.
O conceito máximo indica apenas que o curso está bem acima
da média das faculdades da área.
O Enade é um exame que identifica a média e aponta para as instituições que dela se desviam, para mais e para menos.
Seria oportuno aprimorar ainda mais essa avaliação, de modo
que a nota permitisse também
estimar o grau de competência
dos alunos que concluem o curso
bem como comparações de uma
edição do exame para outra.
Seja como for, é importante
que essas e outras eventuais mudanças sejam bem debatidas antes de ser adotadas. Afinal, alterações bruscas e mal assimiladas
nas regras também prejudicam
sistemas de avaliação.
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