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Algemas
"Incidentalmente na história policial brasileira, dois ou três milionários ficaram detidos pelo prazo
de 24 horas. Foi o suficiente.
O Congresso Nacional se mobilizou para mudar a lei das escutas telefônicas e o Supremo Tribunal Federal modificou sua própria jurisprudência sobre habeas corpus e
"descobriu" que o milenar uso de algemas é uma degradação da dignidade humana fundamental."
JORGE JOÃO BURUNZUZIAN (São Paulo, SP)
Olimpíada
"Foram elucidativos os artigos de
sábado de Sérgio Dávila ("A cerimônia censurada", Esporte) e de César
Benjamim ("Tomara que seja linda", Dinheiro).
Dávila mostrou que a censura foi
realizada nos EUA por uma TV
americana, que, detendo exclusividade de transmissão, escolheu o
horário de retransmitir a abertura
dos Jogos de acordo com seus ganhos de publicidade.
E Benjamim nos esclareceu sobre as notícias ideológicas sobre a
falta de liberdade na China, fazendo uma análise apurada do olhar
ocidental para as coisas diferentes.
Muito bons os artigos. A Guerra
Fria não acabou, e é preciso ficar
atento."
NAIRA SOUTO (Campinas, SP)
"Rubem Alves abrilhantou esta
Folha no sábado ("Não vou ver as
competições...", "Tendências/Debates') ao desconstruir a idéia de que o
esporte ultracompetitivo é algo benéfico à sociedade e saudável.
Esse modelo de esporte espelha a
própria cultura do mundo moderno: individualista, desumana e mais
apegada a números do que à vida."
MARCOS R.S. BROGNA (Americana, SP)
"Com todo o respeito ao professor Rubem Alves, sou obrigado a
discordar de suas colocações a respeito da competitividade à qual se
submetem os atletas participantes
da Olimpíada.
É preciso lembrar que uma competição desse nível, que exige o máximo de esforço físico e mental, é
apenas um evento isolado. Grande
parte dos 5 bilhões de pessoas que
estão assistindo à Olimpíada é formada por crianças e adolescentes,
que, por meio das altas performances dos atletas, se espelham para a
prática do esporte.
Digamos que 99% desses futuros
praticantes não chegarão a ser atletas de alta competitividade nem
chegarão a uma Olimpíada, mas são
introduzidos à prática do esporte,
colhendo todas as benfeitorias que
ele pode gerar na formação do ser
humano.
As olimpíadas servem muito
mais para incentivar esses bilhões
de jovens e mostrar-lhes a importância da prática do esporte como
um valor social imensurável."
MICHEL ZAMORANO CURY (Franca, SP)
Ouro, prata e chumbo
"E assim caminha a humanidade.
Ao mesmo tempo em que o mundo se deleitava com um espetáculo
de beleza plástica incomparável,
quase ao seu lado, um antigo império, a Rússia, atacava uma "ex-república", a Geórgia, na disputa pela independência de uma região separatista, a Ossétia do Sul.
Quando o mundo irá entender e
aceitar que nunca uma guerra resolveu em definitivo uma questão,
seja ela de fronteira, ideológica ou
racial?
Infelizmente, ao mesmo tempo
em que se contarão as medalhas de
ouro, prata e bronze, contaremos
corpos atingidos por chumbo."
LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)
Polícia
"No seu artigo "E você, chamaria
o ladrão?" (Ilustrada, 10/8), Ferreira Gullar elucidou magistralmente a desmoralização da polícia
brasileira.
A violência ofende os direitos humanos, e a polícia é acusada disso.
Mas ela é constituída por pessoas,
as quais também estão nesse turbilhão de criminalidade. E o policial
não pode eximir-se de arriscar cotidianamente a vida, mesmo que não
tenha condições para exercer as
funções. Essa realidade forjou uma
polícia que também é vitima. Prova
disso é o elevado número de policiais mortos em serviço.
O fenômeno da violência em nosso país não se restringe à questão
da segurança pública, não depende
exclusivamente da presença policial. Mesmo assim, o destaque é
que a policia é violenta, ineficaz e
corrupta. São distorções de nosso
Estado, conseqüências de tantos
governos mal-sucedidos na particularidade da instituição policial.
A criminalização da polícia não
colabora na resolução do problema
da violência e não ajuda a erigir o
atalaia que a sociedade necessita e
almeja, apenas oculta os verdadeiros culpados."
ALEXANDRE PEREIRA ROCHA , cientista político e
policial civil (Brasília, DF)
Trânsito
"Gostaríamos de registrar que somente o excesso de má vontade ou
de desinformação em cobertura
realizada pela Folha sobre o trânsito na cidade pode ter gerado a reportagem "No reinício das aulas,
trânsito de SP volta ao habitual no
pico" (Cotidiano, 5/8), pois o próprio texto seqüencial desmente o
título.
Conforme números oficiais divulgados pela Companhia de Engenharia de Tráfego e enviados à Folha, no horário de pico pela manhã
(9h30), o índice de lentidão foi 25%
inferior ao medido no mesmo período da primeira segunda-feira de
agosto de 2007 (dia 6/8). E foi ainda
16% inferior à média das segundas-feiras do mês de agosto.
Igualmente, no horário de pico
do período noturno (19h), o índice
de lentidão foi 18% inferior ao medido no mesmo período da primeira
segunda-feira de agosto do ano passado (6/8), ou ainda 6% inferior à
média das segundas-feiras do mês
de agosto."
ÁLVARO OLIVEIRA, assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Transportes
(São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Alencar
Izidoro - O título da reportagem
está correto, assim como as informações publicadas no texto,
baseadas em estatísticas da
Companhia de Engenharia de
Tráfego. O missivista, na carta,
só cita os dados de uma pequena parte do horário de pico (9h
às 10h e 19h às 20h), e não os
dados do horário de pico completo (das 7h às 10h e das 17h às
20h). Não informa, por exemplo, que às 8h30 havia 84 km de
lentidão, contra 82 km no dia
6/8 de 2007; ou que às 18h havia
63 km, contra 60 km no dia 6/8
do ano passado. O trânsito da
última segunda-feira ficou acima do registrado no mesmo período de 2007 nas medições oficiais realizadas às 7h, 7h30, 8h,
8h30, 11h, 12h, 17h30 e 18h.
Violência
"A reportagem de quarta-feira
passada sobre violência (Cotidiano) cometeu erro grosseiro na divulgação dos dados criminais da cidade de São Paulo.
Escalonar os dados num ranking
sem relativizá-los pela população
das localidades seria como listar a
cidade de São Paulo como a "campeã da região metropolitana pelo
maior número de homicídios" (proporcionalmente tem 30% a menos
que Diadema).
O critério básico para comparar
localidades de populações diferentes deve ser fazendo o cálculo da
quantidade de crimes por 100 mil
habitantes, o que revela o diferente
grau de risco dos habitantes desses
locais.
Apesar da cuidadosa diagramação, a reportagem ficou seriamente
comprometida pela inconsistência
da maioria dos dados e induziu o
leitor e a população das regiões
"campeãs" a se situarem numa situação até de pânico indevido.
E, francamente, tratar de regiões
com maiores incidências criminais
como "campeãs" é falta de sobriedade ou de imaginação no tratamento
de assunto tão sério."
JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, coronel da reserva
da Polícia Militar de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança Pública (São Paulo, SP)
Resposta dos jornalistas André
Caramante e Evandro Spinelli
- A Folha publicou dados de interesse público e utilizados pela
própria polícia de São Paulo na
definição de táticas de combate
ao crime.
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