São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Algemas
"Incidentalmente na história policial brasileira, dois ou três milionários ficaram detidos pelo prazo de 24 horas. Foi o suficiente.
O Congresso Nacional se mobilizou para mudar a lei das escutas telefônicas e o Supremo Tribunal Federal modificou sua própria jurisprudência sobre habeas corpus e "descobriu" que o milenar uso de algemas é uma degradação da dignidade humana fundamental."
JORGE JOÃO BURUNZUZIAN (São Paulo, SP)

Olimpíada
"Foram elucidativos os artigos de sábado de Sérgio Dávila ("A cerimônia censurada", Esporte) e de César Benjamim ("Tomara que seja linda", Dinheiro).
Dávila mostrou que a censura foi realizada nos EUA por uma TV americana, que, detendo exclusividade de transmissão, escolheu o horário de retransmitir a abertura dos Jogos de acordo com seus ganhos de publicidade.
E Benjamim nos esclareceu sobre as notícias ideológicas sobre a falta de liberdade na China, fazendo uma análise apurada do olhar ocidental para as coisas diferentes.
Muito bons os artigos. A Guerra Fria não acabou, e é preciso ficar atento."
NAIRA SOUTO (Campinas, SP)

 

"Rubem Alves abrilhantou esta Folha no sábado ("Não vou ver as competições...", "Tendências/Debates') ao desconstruir a idéia de que o esporte ultracompetitivo é algo benéfico à sociedade e saudável. Esse modelo de esporte espelha a própria cultura do mundo moderno: individualista, desumana e mais apegada a números do que à vida."
MARCOS R.S. BROGNA (Americana, SP)

 

"Com todo o respeito ao professor Rubem Alves, sou obrigado a discordar de suas colocações a respeito da competitividade à qual se submetem os atletas participantes da Olimpíada.
É preciso lembrar que uma competição desse nível, que exige o máximo de esforço físico e mental, é apenas um evento isolado. Grande parte dos 5 bilhões de pessoas que estão assistindo à Olimpíada é formada por crianças e adolescentes, que, por meio das altas performances dos atletas, se espelham para a prática do esporte.
Digamos que 99% desses futuros praticantes não chegarão a ser atletas de alta competitividade nem chegarão a uma Olimpíada, mas são introduzidos à prática do esporte, colhendo todas as benfeitorias que ele pode gerar na formação do ser humano.
As olimpíadas servem muito mais para incentivar esses bilhões de jovens e mostrar-lhes a importância da prática do esporte como um valor social imensurável."
MICHEL ZAMORANO CURY (Franca, SP)

Ouro, prata e chumbo
"E assim caminha a humanidade.
Ao mesmo tempo em que o mundo se deleitava com um espetáculo de beleza plástica incomparável, quase ao seu lado, um antigo império, a Rússia, atacava uma "ex-república", a Geórgia, na disputa pela independência de uma região separatista, a Ossétia do Sul.
Quando o mundo irá entender e aceitar que nunca uma guerra resolveu em definitivo uma questão, seja ela de fronteira, ideológica ou racial?
Infelizmente, ao mesmo tempo em que se contarão as medalhas de ouro, prata e bronze, contaremos corpos atingidos por chumbo."
LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)

Polícia
"No seu artigo "E você, chamaria o ladrão?" (Ilustrada, 10/8), Ferreira Gullar elucidou magistralmente a desmoralização da polícia brasileira.
A violência ofende os direitos humanos, e a polícia é acusada disso.
Mas ela é constituída por pessoas, as quais também estão nesse turbilhão de criminalidade. E o policial não pode eximir-se de arriscar cotidianamente a vida, mesmo que não tenha condições para exercer as funções. Essa realidade forjou uma polícia que também é vitima. Prova disso é o elevado número de policiais mortos em serviço.
O fenômeno da violência em nosso país não se restringe à questão da segurança pública, não depende exclusivamente da presença policial. Mesmo assim, o destaque é que a policia é violenta, ineficaz e corrupta. São distorções de nosso Estado, conseqüências de tantos governos mal-sucedidos na particularidade da instituição policial.
A criminalização da polícia não colabora na resolução do problema da violência e não ajuda a erigir o atalaia que a sociedade necessita e almeja, apenas oculta os verdadeiros culpados."
ALEXANDRE PEREIRA ROCHA , cientista político e policial civil (Brasília, DF)

Trânsito
"Gostaríamos de registrar que somente o excesso de má vontade ou de desinformação em cobertura realizada pela Folha sobre o trânsito na cidade pode ter gerado a reportagem "No reinício das aulas, trânsito de SP volta ao habitual no pico" (Cotidiano, 5/8), pois o próprio texto seqüencial desmente o título.
Conforme números oficiais divulgados pela Companhia de Engenharia de Tráfego e enviados à Folha, no horário de pico pela manhã (9h30), o índice de lentidão foi 25% inferior ao medido no mesmo período da primeira segunda-feira de agosto de 2007 (dia 6/8). E foi ainda 16% inferior à média das segundas-feiras do mês de agosto.
Igualmente, no horário de pico do período noturno (19h), o índice de lentidão foi 18% inferior ao medido no mesmo período da primeira segunda-feira de agosto do ano passado (6/8), ou ainda 6% inferior à média das segundas-feiras do mês de agosto."
ÁLVARO OLIVEIRA, assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Transportes (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Alencar Izidoro - O título da reportagem está correto, assim como as informações publicadas no texto, baseadas em estatísticas da Companhia de Engenharia de Tráfego. O missivista, na carta, só cita os dados de uma pequena parte do horário de pico (9h às 10h e 19h às 20h), e não os dados do horário de pico completo (das 7h às 10h e das 17h às 20h). Não informa, por exemplo, que às 8h30 havia 84 km de lentidão, contra 82 km no dia 6/8 de 2007; ou que às 18h havia 63 km, contra 60 km no dia 6/8 do ano passado. O trânsito da última segunda-feira ficou acima do registrado no mesmo período de 2007 nas medições oficiais realizadas às 7h, 7h30, 8h, 8h30, 11h, 12h, 17h30 e 18h.

Violência
"A reportagem de quarta-feira passada sobre violência (Cotidiano) cometeu erro grosseiro na divulgação dos dados criminais da cidade de São Paulo.
Escalonar os dados num ranking sem relativizá-los pela população das localidades seria como listar a cidade de São Paulo como a "campeã da região metropolitana pelo maior número de homicídios" (proporcionalmente tem 30% a menos que Diadema).
O critério básico para comparar localidades de populações diferentes deve ser fazendo o cálculo da quantidade de crimes por 100 mil habitantes, o que revela o diferente grau de risco dos habitantes desses locais.
Apesar da cuidadosa diagramação, a reportagem ficou seriamente comprometida pela inconsistência da maioria dos dados e induziu o leitor e a população das regiões "campeãs" a se situarem numa situação até de pânico indevido.
E, francamente, tratar de regiões com maiores incidências criminais como "campeãs" é falta de sobriedade ou de imaginação no tratamento de assunto tão sério."
JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança Pública (São Paulo, SP)

Resposta dos jornalistas André Caramante e Evandro Spinelli - A Folha publicou dados de interesse público e utilizados pela própria polícia de São Paulo na definição de táticas de combate ao crime.

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