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CLÓVIS ROSSI
Começou o segundo turno
SÃO PAULO - A pesquisa que esta Folha publica hoje parece comprovar
que a chamada "tática do medo", que
Marta Suplicy jogou no meio da semana, foi provocada pelo temor a
uma derrota.
Na comparação com o Datafolha
anterior, José Serra ganha oito pontos, ou seja, os sete que subiu e o que
Marta perdeu. Com margem de erro e
tudo, é uma mudança importante,
para dizer o menos.
De quebra, mantém a vantagem
-agora elevada para 19 pontos percentuais- do tucano em um eventual segundo turno.
A combinação dos dois resultados é
importante pelo seguinte: o usual é
que, terminado o primeiro turno, haja um razoável encolhimento da diferença entre o primeiro e o segundo colocados.
Se, em vez de mera pesquisa, os números hoje publicados fossem os da
votação propriamente dita e, paralelamente, o de uma pesquisa sobre segundo turno, o normal seria que, na
próxima pesquisa, os 19 pontos de
agora encolhessem.
Quanto, é impossível imaginar.
Mas, no caso específico desta eleição,
tenderia a encolher o suficiente para
que o jogo começasse de novo e se
mantivesse plenamente o pique dos
candidatos, assessores, marqueteiros,
simpatizantes, militantes -enfim,
de todo o universo que gira em torno
de candidaturas. Inclusive (e principalmente) o dos financiadores.
Mas, se a vantagem de Serra no primeiro turno crescer mais, o lógico é
que cresça também para o turno final, tornando a reversão uma tarefa
complicada para a prefeita.
A menos que Marta repita a façanha de Orestes Quércia em 1990, que
se orgulha de ter quebrado o Banespa
(então estatal), mas ter eleito Fleury
Filho, que ficara longe de Paulo Maluf no primeiro turno.
Seja como for, parece evidente que o
segundo turno começou uns 20 dias
antes do primeiro.
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