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ELIANE CANTANHÊDE
Todos contra um
BRASÍLIA - O Datafolha de hoje explica tudo: por que Marta Suplicy endurece e ameaça com "crises" e por que Paulo Maluf e Luiza Erundina
desviam as baterias contra José Serra.
Eles e seus estrategistas sabiam que
Serra se consolidava como favorito.
Precavido, Duda Mendonça correu
ao Planalto, preparando o terreno.
Ninguém chuta cachorro morto,
nem bate em candidato derrotado. E
o inverso é absolutamente verdadeiro: quanto mais forte o candidato,
mais apanha. Serra que se cuide.
Até aqui, a eleita para a pancadaria era Marta, que tem a prefeitura
na mão e entrou em vantagem na
disputa. A campanha dela, porém,
teve um efeito curioso: a aprovação
de sua administração deu um pulo
de 13 pontos desde 25 de junho, mas
sua intenção de votos não acompanhou o movimento. A prefeitura vai
bem, mas a candidata estagnou?
Na abertura das sabatinas da Folha com os candidatos em São Paulo,
na sexta-feira, Erundina quase nem
falou de Maluf -praticamente afastado do segundo turno, como ela
própria-, e caiu de pau em cima de
Marta, em especial, e de Serra também. Antes, Erundina atacava mais
Marta. Agora, distribui as bordoadas entre os dois favoritos. Para ela,
Marta é "igualzinha" a Maluf, e Serra não fica atrás.
As pesquisas dão o ritmo da campanha. O segundo turno começou
com o Datafolha de 28 de agosto, que
deixou inequívoca a polarização Serra-Marta, e já está pela metade, com
o circo pegando fogo e a cobiça sobre
o espólio de Maluf e Erundina aumentando. Marta ataca de "crise" e
de "machismo", e Serra passa a mirar Lula e o governo federal.
Nessa velocidade, o que estará em
disputa entre PT e PSDB (e não só
entre Marta e Serra) no segundo turno real será o governo do Estado ou,
quem sabe, a própria Presidência em
2006. Um espetáculo imperdível.
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