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CLÓVIS ROSSI
Prestação de contas
MADRI - Se algum leitor estranhar o fato de que este espaço passa a ser doravante enviado da Europa por algum tempo, e antes que haja teorias
conspiratórias, explico: vou me beneficiar de um período sabático, programa de aperfeiçoamento profissional que a Folha põe à disposição de
seus profissionais.
Na verdade, será "sexta-feirático",
porque "sabático" pressupõe deixar
as tarefas habituais para dedicar-se a
um projeto especial. Eu vou tocar de
fato um projeto especial, mas mantenho as tarefas habituais, menos um
dia (aos sábados), além de reduzir
também a presença em missões extrapágina 2.
O projeto é o de montar uma agenda o mais abrangente e internacional
possível de fontes de consulta e informação. A lógica é simples: até que a
globalização se tornasse um fenômeno avassalador, um bom repórter
conseguia funcionar com uma agenda telefônica apenas nacional. Hoje,
não mais. Até para tratar de Brasil é
útil e importante falar com gente que
está fora do país.
No meu caso específico -e todo
projeto leva em conta características
pessoais-, a necessidade de tal
agenda ampla e internacional é tanto maior pelo fato de que não sou especialista em coisa alguma. Um dia,
estou em Jenin, nos confins da Cisjordânia ocupada; no outro dia, numa
reunião da Alca; no terceiro dia, cobrindo a assembléia-geral do FMI; no
quarto, acompanhando o presidente
de turno em viagem a sabe-se Deus
que país.
Por que Europa? Porque as fontes
norte-americanas já são profundamente "media oriented". Você clica
no "guia da mídia" do, por exemplo,
Council on Foreign Relations e lá
vem um monte de especialistas em
quase tudo. Os europeus são bem
mais fechados.
Usar só fontes dos EUA, por muito
pluralistas que sejam (e são), desequilibraria o texto porque, ortodoxos
ou iconoclastas, elas são inexoravelmente americano-centradas, pela
própria gravitação do país.
Em resumo, é isso. Sugestões são
mais que bem-vindas.
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