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PAINEL DO LEITOR
Respeito
"A edição da Folha de 13/9 noticiou a
decisão do ministro Nelson Jobim que
suspendeu ação de improbidade que
tramita em primeira instância contra
um ministro de Estado da administração FHC, de onde o senhor Jobim saiu
para ser ministro do STF ("Jobim suspende processo contra Sardenberg",
Brasil, pág. A5).
Depois contestam, negam, dão-se por
ofendidos quando, diante de decisões teratológicas como essa, se faz alusão a
uma "bancada governista no STF".
É só se dar o respeito que os demais
respeitarão."
Ana Lúcia Amaral, procuradora-regional
da República (São Paulo, SP)
Indigna
"Na maioria das vezes não concordo
com os editoriais da Folha, principalmente quando criticam o PT, mas agora,
mesmo como petista, tenho de concordar com o editorial que acabo de ler ("O
PT obscuro", Opinião, 13/9).
É uma vergonha, para mim, aceitar
uma atitude como essa de um vereador
-e, ainda por cima, líder de governo.
Espero, pelo bem do partido, que ele
venha esclarecer essa atitude imoral e
não-digna de um partido do tamanho da
história do PT."
Marco Antonio de Carvalho
(São Paulo, SP)
Plano Diretor
"A Associação de Moradores da Vila
Nova Conceição manifesta o seu apoio à
decisão da prefeita Marta Suplicy de vetar as alterações que foram feitas na calada da noite no Plano Diretor.
A prefeita demonstrou sensatez e coerência com a sua tradição política e com
a do PT ao priorizar a ética, o debate comunitário e a democracia em oposição
aos interesses particulares do comércio
irregular.
O texto final do Plano, relatado pelo vereador Nabil Bonduki, é inegavelmente
benéfico para São Paulo, e o veto às alterações escusas foi imprescindível para
que não pairassem dúvidas sobre suas
qualidades. Os moradores da Vila Nova
Conceição continuarão vigilantes quanto à preservação da qualidade de vida no
bairro, lutando contra o comércio irregular e participando ativamente das discussões do Plano Regional.
Essa foi uma vitória da democracia e
dos paulistanos que lutam por um futuro
melhor para a cidade."
Alex Canuto, conselheiro da Associação de
Moradores da Vila Nova Conceição
(São Paulo, SP)
Abolição
"Coincidências à parte, o TV Folha de
domingo passado (8/9) caiu como uma
luva para a minha última constatação a
respeito da televisão.
Há três semanas estou sem assistir TV
em casa, pois meu aparelho quebrou.
Percebo o quão burra estava ficando
com a escravidão televisiva. Contento-me em ler as reportagens e artigos do TV
Folha sobre os programas. Aliás, ler é o
que mais tenho feito após a minha "abolição". Assistir a alguns programas da TV
causa, indubitavelmente, alienação, depressão e apatia nos telespectadores."
Mariana Naxara (São Carlos, SP)
Morte no aeroporto
"Pelo que entendi, o motorista que
atropelou os passageiros no aeroporto
de Congonhas estava tendo o seu treinamento na própria pista onde circulam
aviões, veículos e pessoas.
Seria um gesto de polidez com a família
do morto, com as das outras pessoas
atropeladas, com os usuários do aeroporto e com a população em geral se a Infraero fosse mais específica nas suas explicações."
Luiz Prado (Rio de Janeiro, RJ)
Custos da privatização
"Depois de conceder tarifas absurdamente altas às empresas de telecomunicações privatizadas, depois de autorizar
aumentos indevidos às empresas de
energia privatizadas para compensá-las
pelo que deixaram de ganhar com a economia que fizemos durante o apagão,
agora o governo beneficia outro setor
objeto de privatização.
O que ganhou a sociedade com a privatização da Vasp? Não seria melhor ficar
com uma empresa de aviação pública,
oferecendo um serviço seguro e confiável, como na França (Air France) e na
Alemanha (Lufthansa), do que ter essa
sangria de recursos públicos e ameaças
constantes nos ares?"
Reny Barros Moreira (São Paulo, SP)
O uso do gerúndio
"Como se não bastassem as frequentes
cartas do sr. Adilson Laranjeira, assessor
do sr. Paulo Maluf, tentando convencer-nos do impossível sobre reportagens publicadas neste jornal, agora temos o sr.
José Américo Dias, da Prefeitura de São
Paulo, com cartas no "Painel do Leitor"
para explicar o inexplicável e nos ensinar
sobre o uso do gerúndio ("Dados", 13/9)."
Carlos Gaspar (São Paulo, SP)
Ousadia
"Desde a sua fundação, em 1945, nunca
um líder de uma nação dita civilizada teve a ousadia e a arrogância de dar um ultimato à ONU.
Se esse órgão continuar com a sua subserviência diante do poder bélico e econômico dos Estados Unidos, acabará da
mesma triste forma que a Liga das Nações, cuja total falta de independência levou o mundo à tragédia da Segunda
Guerra Mundial.
É hora de dar um basta no belicismo
norte-americano."
Luigi Petti (São Paulo, SP)
Forte democracia
"Ao ler o comentário do leitor Victorino Rocha no "Painel do Leitor" de 13/9,
não pude deixar de indignar-me.
Nós, que apoiamos Lula, não queremos "ameaçar a frágil democracia" nem
"colocar em risco a ordem social", como
ele disse.
Queremos uma forte democracia e
uma ordem social verdadeira, pois o que
temos tido não é ordem social. Olhando
mais atentamente, vemos que a nossa sociedade é uma desordem social.
No entanto o leitor pode ficar tranquilo, pois uma possível vitória de Lula, neste momento, não trará a sociedade socialista, mas apenas um alento para o povo
dentro do próprio capitalismo. O socialismo ainda ficará mais para a frente
-para a tranquilidade dos que julgam o
capitalismo o melhor dos mundos."
Maurilio Nogueira da Silva, membro da
direção do PC do B e professor da
Universidade Federal de Juiz de Fora
(Juiz de Fora, MG)
Sustento da cultura
"O cinema nacional recebe fartas verbas públicas.
As cidades de Deus (e as do diabo também) nem sequer recebem públicas migalhas. O governo abre mão de parte dos
impostos e exige contribuições compulsórias para subsidiar uma tal cultura. O
povo não vai ao cinema, não vai ao teatro, não vai a mostras de arte e não assiste
a concertos sinfônicos.
Mas o povo sustenta a cultura. Portanto, o verdadeiro mecenas é o povo. Se ele
não sustentasse compulsoriamente a
cultura, talvez sustentasse a si próprio.
Aí, sim, seríamos um povo culto!"
Ney José Pereira (São Paulo, SP)
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