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Editoriais
Estagnação na Europa
A ECONOMIA da zona do euro
apresentou retração de
0,2% no segundo trimestre de 2008, em relação ao período anterior. Um desempenho
ruim era esperado, mas a contração superou a projetada pelos
analistas, com quedas nos investimentos e no comércio exterior.
As economias dos 15 países da
área do euro se enfraqueceram
diante das turbulências nos mercados financeiros, do aumento
nos preços de energia e alimentos e da forte valorização da
moeda única. A desaceleração foi
liderada pela Alemanha, o motor
econômico da região. A queda no
PIB alemão foi de 0,5%.
Já a produção da União Européia, que reúne 27 países, recuou
0,1% entre abril e junho ante o
trimestre anterior. Com a contração européia, o bloco se une
ao Japão, cujo PIB caiu 0,6%, no
mesmo período. Com isso, as
economias dos países industrializados dão sinais de desalento.
Valorização do euro, redução
das exportações e inflação concorreram para a estagnação européia. Mas acontecimentos recentes, como a queda nos preços
do petróleo e das matérias-primas, bem como a recente desvalorização do euro, podem proporcionar alguma perspectiva de
recuperação, num prazo ainda
incerto, para os países da região.
Já um cenário hipotético de
aprofundamento da retração na
Europa seria particularmente
preocupante para a economia
brasileira. A União Européia absorve cerca de 25% dos produtos
exportados pelo Brasil. As contas
externas ficariam sujeitas a um
duplo movimento: uma queda
nas quantidades exportadas,
acompanhada por uma redução
nas cotações dos principais produtos exportados. As commodities representam cerca de 65%
das exportações brasileiras.
Com EUA, Europa e Japão estagnados, a cada dia fica mais difícil sustentar a cotação das commodities nos patamares elevados a que chegaram.
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