|
Próximo Texto | Índice
EXPORTAR E INVESTIR
O ritmo de recuperação da atividade econômica vai ganhando força, uma vez que se generaliza
para os diferentes setores e para as
diversas regiões do país. O dinamismo, no entanto, continua liderado
pelas exportações, beneficiadas pela
expansão da demanda externa, abertura de novos mercados e alta dos
preços das commodities.
Os sinais de melhora já aparecem
nos indicadores de confiança dos investidores externos na economia
brasileira, como o risco Brasil, calculado pelo JP Morgan Chase, que caiu
abaixo dos 600 pontos. Também a
taxa de câmbio recuou, voltando ao
patamar de R$ 3,00.
Até o momento, prossegue a retomada da economia internacional sob
a liderança dos EUA e da China, mesmo com um aumento do grau de incerteza, representado pelos riscos
geopolíticos (terrorismo e Oriente
Médio) e a manutenção do preço do
petróleo em torno de US$ 40 o barril,
o que reduz a previsibilidade dos
agentes econômicos.
A economia americana continua
avançando, embora emita sinais de
arrefecimento do ritmo de expansão
-com queda na produção industrial
e na retomada do emprego. A taxa de
inflação permanece sob controle. O
índice de preços ao consumidor norte-americano ficou em 0,3% em junho -contra 0,6% em maio. Já o índice de preço ao produtor apresentou deflação de 0,3%. Com isso, o
banco central americano, o Fed, deverá manter o ritmo gradual de alta
da taxa de juros básica.
Projeta-se para 2004, uma taxa de
crescimento do PIB brasileiro de cerca de 3,5%, uma taxa de inflação em
torno de 8% e um superávit em conta
corrente acima de 1% do PIB. É fundamental, no entanto, que o país
aproveite esse ambiente interno e externo mais favorável para consolidar
a retomada da atividade econômica,
preservando a redução da vulnerabilidade externa e recuperando a confiança dos empresários.
A demanda interna continua relativamente frágil devido à fraca recuperação dos salários e do emprego,
bem como do elevado custo do crédito. Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o emprego industrial cresceu 1% frente a
abril e 0,9% em relação a maio do
ano passado. No ano, o emprego
ainda acumula queda de 0,3%. Nos
últimos 12 meses, o recuo é de 0,9%.
As elevadas taxas de juros e a crescente carga tributária oneram os investimentos em bens e serviços. De
acordo com o IBGE, a taxa de formação bruta de capital fixo caiu de
20,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 1995 para 18% em 2003. No
primeiro trimestre de 2004, houve
uma leve recuperação, mas as empresas ainda hesitam em ampliar a
capacidade produtiva, a despeito do
aumento na ocupação da capacidade
instalada, que atingiu 82,5% em
maio. Os empresários ainda padecem de falta de confiança no futuro
em razão dos fundamentos da economia (elevado endividamento do
setor público e dependência do capital externo), bem como de incertezas
sobre a recuperação da demanda interna, dadas as trajetórias anteriores
de "stop and go".
Em relação às contas externas, entre 1993/2003, 58% das exportações
brasileiras eram classificadas como
produtos primários; 12%, manufaturas intensivas em mão-de-obra ou recursos naturais. A pauta de exportações brasileiras precisa melhorar para preservar o saldo comercial e ampliar as reservas em moeda forte.
Próximo Texto: Editoriais: O FIM DO VESTIBULAR Índice
|