|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Senai: 60 anos gerando empregos
Os candidatos à Presidência da
República estão prometendo
mundos e fundos em matéria de emprego. A razão é óbvia: dois terços das
famílias brasileiras têm um ou mais de
seus membros desempregados ou na
informalidade.
Gerar empregos de boa qualidade
para acomodar todos os que entram
anualmente no mercado de trabalho e
acudir o estoque de desempregados é
uma tarefa colossal que depende de
investimentos, crescimento econômico e da situação internacional.
Mas há uma dimensão que é genuinamente nacional. Trata-se da qualificação da nossa força de trabalho. Embora seja complexa e demorada, essa
tarefa depende de nós. Para tanto, é
preciso investir de forma correta e
constante na formação dos novos cérebros. É isso o que o Senai tem feito
ao longo de seus 60 anos -comemorados na semana passada em Brasília.
O Senai não é um experimento.
Nem uma tentativa. É uma obra consolidada. Uma entidade que deu certo.
Na sua existência, treinou 33 milhões
de brasileiros nas mais variadas profissões. São números impressionantes. Os ex-alunos têm padrão internacional. Recentemente, ganharam quatro medalhas de ouro, três de prata e
nove de bronze e 43 certificados de excelência nas Olimpíadas Internacionais do Conhecimento, superando
concorrentes do Primeiro Mundo.
O Brasil precisa de bons profissionais de nível médio. As faculdades e
universidades são importantes, sem
dúvida. Mas muitas delas têm se multiplicado de forma exagerada, tornando-se verdadeiras fábricas de diplomas. Raramente formam os profissionais que o mundo moderno requer.
A falta de pessoal de nível médio no
Brasil ainda é grande. Cada um de nós
sente na carne a dificuldade de conseguir um bom eletricista, encanador ou
pedreiro para fazer uma simples reforma em nossas casas. É um indicador corriqueiro da carência desses
profissionais.
Se isso é difícil no ambiente doméstico, imagine o leitor o que acontece
com uma indústria, fazenda ou prestadora de serviços quando necessitam
recrutar grandes grupos de profissionais que dominam os segredos dos
seus negócios.
O Senai treina mais de 2 milhões de
trabalhadores por ano. Para a indústria, esse esforço é essencial -mas necessitará aumentar quando o Brasil
voltar a crescer 4% ou 5%. Seria um
erro começar a treinar depois de reativado o crescimento. A preparação de
profissionais qualificados precisa ser
feita de antemão, de forma contínua,
com atualização permanente e qualidade crescente, como o Senai tem feito. Isso é fundamental também para o
progresso individual e das famílias
dos seus egressos.
Tive alguns momentos de emoção e
de muita alegria ao participar da cerimônia do aniversário do Senai. Publicamente, desejo render minhas homenagens aos dirigentes da entidade e
em especial aos seus funcionários e
instrutores. Eles são a parte mais central da riqueza do Brasil.
Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.
Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Soberania ameaçada Próximo Texto: Frases
Índice
|