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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Merecido apoio aos professores
VOLTO AO ASSUNTO da educação. Chamaram-me a
atenção os dados publicados
pela Folha no dia 9 de junho, segundo os quais o corpo docente
brasileiro está atraindo jovens de
baixa qualificação: os bons alunos
do ensino médio fogem do magistério, que, infelizmente, tornou-se
uma profissão desprestigiada. Bem
diferente foi o quadro da minha juventude, no qual a professora e o
gerente do Banco do Brasil gozavam do mais alto prestígio nas comunidades em que atuavam. Eram
carreiras disputadas, até para casamento...
Por curiosidade, busquei os detalhes das pesquisas citadas pela
Folha, em especial a que analisa as
medidas que vêm sendo tomadas
pelos países que têm sucesso na
educação. Neles encontrei surpresas e obviedades.
No campo das surpresas, verifiquei que, mesmo nas nações ricas,
os adicionais de investimento em
educação não produzem necessariamente bons resultados na
aprendizagem. Isso é intrigante e,
ao mesmo tempo, instrutivo. Só dinheiro não resolve o problema. Outra surpresa é que a redução do tamanho das classes tem um efeito
desprezível sobre a melhoria do
desempenho dos alunos.
No campo das obviedades, está a
importância crucial da competência e da dedicação dos professores.
Há ali uma frase impactante: "A
qualidade da educação não pode
ser melhor do que a qualidade dos
professores" (Estudo da McKinsey, apresentado pela Fundação
Lemann).
Aqui está a solução do quebra-cabeça da educação. Podem-se aumentar os recursos e diminuir as
classes, mas nada vai acontecer de
bom se o professor não for bem
preparado, comprometido e estimulado. Daí a importância de revalorizarmos a carreira de professor.
Na Coréia do Sul, na Finlândia, em
Cingapura e em Hong Kong -onde
os alunos obtêm as melhores classificações nos testes aplicados-, os
docentes vêm do topo da pirâmide
em termos de preparação. Não é
para menos.
Voltando às surpresas, a referida
pesquisa mostrou que os países
que se destacam em matéria de
educação pagam bons salários aos
professores -sem serem espetaculares. Isso significa que, além de
uma remuneração condigna, o que
atrai professores de qualidade é
um bom ambiente de trabalho, a
atualização contínua, o trabalho
com diretores líderes e, sobretudo,
o respeito à sua profissão.
Ou seja, o diagnóstico está feito.
Precisamos da terapia. Os planos
do MEC são meritórios. Oxalá eles
se transformem em realidade para
formar um clima de entusiasmar
jovens bem formados a entrar no
magistério.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos domingos nesta coluna.
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