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CLÓVIS ROSSI
A onda morre no Tietê?
SÃO PAULO - Houve, de norte a sul, uma onda petista a ponto de dar ao
partido a maior bancada na Câmara
federal, posição que nem o mais otimista dos petistas sonhava antes de 6
de outubro.
Suspeito até de que nem Luiz Inácio Lula da Silva supunha que teria o
balaio de votos que as pesquisas para
o segundo turno lhe conferem.
Para que a felicidade seja inteiramente vermelha, no entanto, falta
uma coisinha: a eleição paulista. Alguém aí tem alguma boa explicação
para que José Genoino não surfe na
onda petista?
É claro que sempre cabe a ressalva
de que pesquisa mede o instante, não
diz o resultado final da eleição. Mas
as pesquisas para o segundo turno,
no país e no Estado, mostram, até
agora, uma impulsão de Lula bem
diferente da de Genoino.
No Ceará, a neodinastia Tasso Jereissati/Ciro Gomes reina impávida
há 16 anos. Agora, de acordo com o
Ibope mais recente, o candidato deles
(Lúcio Alcântara) empacou e está
ameaçado de embolar com o candidato do PT, José Airton.
Se até num Estado em que tem escassa tradição de força eleitoral o PT
cresce, por que não o está fazendo
também em São Paulo?
Não está enfrentando um campeão
mundial de votos. O governador
Alckmin faz apenas a sua segunda
experiência de pleitos majoritários
em grandes eleitorados.
Sua avaliação pelos eleitores é apenas razoável, distante de campeões
como Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ou como o próprio Tasso. Alckmin ainda tem contra si o desgaste do
governo FHC.
Ou, posto de outra forma, as dificuldades de Genoino, até agora, não
podem ser explicadas pelo peso eleitoral do adversário.
Será, então, que a explicação é a
tradicional dificuldade do PT nos
pleitos estaduais paulistas, nos quais
nem com Lula candidato emplacou?
E se for assim, por quê?
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