São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006 |
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ELIANE CANTANHÊDE A Varig e o corre-corre BRASÍLIA - Eis as principais
preocupações na crise da Varig:
1 - O Plano de Emergência, para
resgate de passageiros que já estejam nos aeroportos sem ter como
voar, enquanto a companhia tenta
sobrevida. A FAB foi contra ceder
três Boeings para trazer brasileiros
do exterior. Está sendo negociado
um "wet-leasing" -vôos charter,
com a BR Distribuidora dando
combustível e a Infraero abrindo
mão das tarifas aeroportuárias.
2 - O Plano de Contingência, para
o caso de falência. É para brasileiros
que estejam fora e para estrangeiros que estejam no Brasil e não tenham como voltar para casa, especialmente depois da Copa. Há negociações com as outras companhias
nacionais e com as estrangeiras da
"Star Alliance", integrada pela Varig, para ceder assentos.
3 - O futuro do setor. Há temor de
concentração em TAM e Gol, porque a distribuição de rotas e slots
(espaços em solo) deve acompanhar a atual proporcionalidade. A
Gol já se habilita a herdar o leasing
de sete dos 20 Boeings da Varig. A
BRA e a Ocean Air reclamam, e há
risco de aumento de tarifas.
4 - Os 11 mil funcionários. A perspectiva é o mercado absorver pelo
menos 6.000. A imagem dos pilotos, comissários e mecânicos da Varig é excelente, e os atuais diretores
de TAM, Gol, BRA e Ocean Air têm
origem na companhia e sabem
quem é quem. Mas os salários vão
cair. A Varig paga (ou pagava) cerca
de 40% a mais que as demais.
No mercado interno, a previsão
em caso de falência é de grande tumulto e de vácuos no primeiro momento, mas acomodação razoavelmente rápida. A questão é o mercado externo, regulado por leis de reciprocidade e por interesses estratégicos. As outras empresas nacionais vão crescer, mas têm limitações. É aí que mora o perigo -de
balbúrdia no início e de grandes desajustes a médio e longo prazos.
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