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Padilha não cresce o previsto e muda campanha
Candidato ao governo de São Paulo vai priorizar os tradicionais redutos do PT no Estado
Com dificuldade para decolar entre o eleitorado paulista, a campanha do petista Alexandre Padilha ao governo de São Paulo vai mudar de rota e mirar nos movimentos sindical e social, tradicionais redutos do PT no Estado.
A estratégia inicial direcionou a pré-campanha de Padilha para o interior paulista, na tentativa de conquistar o chamado "voto conservador", que tem resistência ao PT e é considerado a base que elege o PSDB há 20 anos.
O novo plano de voo segue orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o PT ter perdido o apoio do PP liderado pelo deputado federal Paulo Maluf para a campanha de Paulo Skaf (PMDB) --que, assim, ficou com o maior tempo de propaganda na televisão, ultrapassando Geraldo Alckmin (PSDB).
Ao saber da traição, Lula, segundo interlocutores, disse a Padilha que o momento é de demarcar território: "Vamos atrás da nossa turma".
A largada oficial da campanha vai ganhar um novo tom. Ao lado de Lula, Padilha vai intensificar a presença em grandes sindicatos a partir da segunda quinzena de julho, entre eles o dos metalúrgicos e o dos bancários.
Desde a saída da pasta da Saúde, em fevereiro, o candidato petista percorreu mais de 130 cidades, reunindo-se com associações e lideranças de várias áreas da sociedade.
A iniciativa é considerada inovadora pelo PT em São Paulo, já que a sigla normalmente prioriza atuação em sindicatos e movimentos sociais, reforçando discurso que garante um percentual médio de 30% nas urnas.
A expectativa da cúpula era de que Padilha ultrapassaria o índice. O PT avaliava que Skaf poderia abandonar a candidatura ou ficar isolado --o cenário foi o inverso.
No último Datafolha, Padilha tem 3%, atrás de Skaf (21%) e de Alckmin (44%).
ALCKMIN
O governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à reeleição, iniciou sua campanha em um festival de cultura japonesa, no qual esteve neste domingo (6) com Aécio Neves (MG), que disputará o Planalto pelo partido.
Alckmin disse acreditar que o problema de abastecimento de água e as denúncias de formação de cartel e fraudes em licitações de trens em São Paulo, de 1998 a 2008 --em governos tucanos--, não perturbarão a campanha.
O governador citou "a maior seca deste século" e disse que "o governo é vítima" do cartel. "Subestimar a inteligência das pessoas é um grande erro na política", disse.