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Grupo tentou, sem sucesso, obter R$ 48 mi no BB
MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULORosemary Noronha, a ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo, usou contatos no Banco do Brasil para tentar obter crédito de R$ 48 milhões para empresa ligada ao grupo investigado pela Polícia Federal.
Rose conseguiu agendar reunião do empresário com um vice-presidente do BB, mas o negócio não prosperou.
Mesmo assim, ela foi recompensada com um cruzeiro com a dupla sertaneja Bruno e Marrone, segundo a acusação da procuradora Suzana Fairbanks.
O grupo interessado no financiamento, o Formitex, já tinha uma linha de crédito do BB de R$ 85 milhões, de acordo com e-mails interceptados na Operação Porto Seguro.
O grupo Formitex é do sogro do empresário Carlos César Floriano, preso pela Polícia Federal na operação.
O lobby a favor da empresa aparece em e-mail de março de 2009 de Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas, a Rosemary.
Vieira é acusado de comandar grupo que vendia pareceres de órgãos do governo.
No e-mail, ele pede que Rose marque um encontro entre Floriano e Ricardo Flores, vice-presidente de governo do BB à época.
Cerca de um mês após essa mensagem, Flores foi promovido a vice-presidente de crédito do BB, o que foi comemorado por Vieira em novo diálogo interceptado pela PF.
Flores, atual presidente da Brasilprev, diz que nunca fez lobby para a Formitex.
Segundo ele, as operações de crédito eram analisadas de forma técnica por colegiados em relação aos quais não participava nem tinha poder de decisão individual.
O BB diz que o crédito foi discutido, mas não aprovado.
O advogado de Rosemary, Celso Vilardi, afirma que a tarefa de marcar reuniões era uma das atribuições do cargo de sua cliente.
Sobre o cruzeiro, Vilardi afirma que vai demonstrar no processo a improcedência da acusação.
Os advogados de Floriano e de Vieira não comentaram.