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Contador de Cachoeira é preso após 1 ano foragido
Geovani Pereira se entregou ontem à PF em Anápolis, no interior de Goiás
Ele, que diz não ter saído da região enquanto foi procurado pela polícia, está condenado a 13 anos de prisão
Diomicio Gomes/"O Popular" | ||
Geovani Pereira, último foragido da Operação Monte Carlo, ao se entregar à polícia na manhã de ontem, em Anápolis (GO) |
Após quase um ano foragido, o contador do empresário Carlinhos Cachoeira, Geovani Pereira, se entregou na manhã de ontem à Polícia Federal em Anápolis (GO).
Segundo seu advogado, Calisto Abdala, Geovani nunca saiu da região de Anápolis durante o período em que fugiu da polícia. Ele ainda disse que o contador passou por uma chácara e chegou a ficar cinco meses sem falar com a família. O advogado afirmou não ter mantido contato com o cliente.
Sem formação superior em contabilidade, Geovani era o único foragido da Operação Monte Carlo, que prendeu o grupo de Cachoeira em 27 de fevereiro do ano passado.
O contador é apontado pela Polícia Federal como tesoureiro do esquema de jogo ilegal e corrupção de agentes públicos de Cachoeira.
"Ele não aguentava mais ficar escondido. Tem família para cuidar", afirmou o advogado Abdala.
O defensor havia ingressado com um pedido de habeas corpus na Justiça Federal, pedindo extensão dos benefícios concedidos a Cachoeira, que recorre em liberdade da condenação em primeira instância gerada pela Operação Monte Carlo.
Na mesma ação, o contador foi condenado a cerca de 13 anos de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha pelo juiz Alderico Rocha Santos, da 5ª Vara Federal de Goiás, no começo de dezembro.
Como a Folha revelou, foi Geovani quem sacou -no ano eleitoral de 2010- R$ 8,5 milhões que saíram dos cofres da construtora Delta, empresa que detém contratos milionários com o poder público.
Perícias em sigilo bancário feitas pela Polícia Federal mostram que ele sacou o dinheiro de uma conta bancária em nome de uma empresa em Brasília chamada Alberto e Pantoja Construções e Transportes Ltda.
A empresa não existe no endereço declarado. Segundo a investigação, ela foi criada em 2010 somente para receber dinheiro da Delta e repassá-lo a terceiros.