São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011

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Osesp encerra período de celebridades

Diretor apresenta americana Martin Alsop e afirma que acabou a imagem do regente como dono da orquestra

Nova maestrina da Osesp ganhará menos que antecessor; Celso Antunes foi confirmado como regente associado

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

No encontro com jornalistas para apresentar a norte-americana Marin Alsop, 54, como nova regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, o diretor artístico da Osesp, Arthur Nestrovski, frisou que já acabou a era de maestros-diva.
"Aquela imagem que se tinha do regente que era o dono da orquestra, que tomava todas as decisões sozinho, já não existe", disse Nestrovski a um grupo de jornalistas na manhã de ontem na Sala São Paulo. "Isso não faz sentido."
Somados, os salários de Nestrovski e Alsop, que dividem as funções do ex-regente John Neschling, são menos do que os R$ 100 mil de salário pagos ao maestro demitido de seu cargo em 2009.
"São dados confidenciais, mas são valores absolutamente razoáveis para o padrão internacional de pessoas desta distinção", afirmou Nestrovski. "A fundação está gastando menos do que já gastou para funções equivalentes no passado para o elenco de pessoas da maior distinção que a gente já teve à frente da orquestra."
Segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que estava no anúncio e preside o conselho da Osesp, "não se pode contratar alguém como Marin Alsop sem um horizonte de recursos".
"Nossa orquestra chegou ao ponto de dar um salto, de não ficarmos satisfeitos com o que fizemos", disse FHC ontem. "Temos de competir, não ter medo do mundo."
Alsop, que rege a Sinfônica de Baltimore, assumirá o comando da Osesp no ano que vem, tendo como regente associado o maestro brasileiro Celso Antunes, líder do Coro da Rádio da Holanda.
Eles foram anunciados em cerimônia oficial ontem na Sala São Paulo, com a presença da direção, conselheiros e músicos da orquestra.
"Eles têm disposição para trabalhar e paixão para fazer ótima música", disse Marin Alsop, 54, sobre os músicos da Osesp, que regeu como convidada no ano passado. "Isso é mais importante do que ter todas as credenciais. Vejo aqui um futuro que não vejo em outros lugares."
Alsop, que tem no currículo gravações premiadas, já adiantou que deve conduzir a Osesp em gravações não só de novas peças, mas também do repertório clássico.
"Isso é importante para que a orquestra possa ser comparada às outras grandes orquestras do mundo", disse Alsop. "Temos agora uma oportunidade única para fazer gravações aqui."


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