São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2011 |
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Inflação continua em alta, apesar de crise internacional Alimentos, combustíveis e passagens aéreas pressionam preços em setembro Prévia do mês aponta para aumento de preços de 0,53%, puxado por consumo elevado e entressafra de agrícolas PEDRO SOARES DO RIO MARIANA SCHREIBER DE SÃO PAULO A inflação ainda não deu sinais de desaceleração em resposta à crise internacional, conforme as previsões do Banco Central. A prévia do índice oficial de setembro mostrou que os preços continuam subindo -e se espalhando mais por diferentes itens. O IPCA-15, medido pelo IBGE, subiu 0,53% e bateu as expectativas do mercado. Os reajustes de alimentos, combustíveis, vestuário e passagens aéreas pressionam o indicador do mês, e tornam ainda mais distante o alcance da meta do Banco Central, de 4,5% no ano, com margem de variação de até 6,5%. Nos 12 meses encerrados em 15 de setembro, a inflação está em 7,33%, maior marca da série, iniciada em 2008. Segundo analistas, o alimentos sobem por conta da entressafra e do consumo em alta. Mas tendem a perder força nos últimos meses do ano. Ao explicar sua decisão de reduzir os juros para 12% no fim de agosto, o BC explicou que a estabilidade dos preços internacionais de grãos, como soja, milho e outros, ajudaria a controlar a inflação. Tal efeito não se fez sentir ainda nos preços domésticos. Para a analista Laura Hiray, do Itaú, a inflação nos próximos meses continuará pressionada por conta da entressafra de alimentos, da troca de estação, que afetará os preços do vestuário, e de problemas climáticos, que afetarão o plantio da cana de açúcar e a oferta de álcool. Mesmo assim, a alta de preços tende a ser menor que no último trimestre de 2010. Com isso, avalia, a inflação poderá chegar ao fim do ano no teto da meta do BC. Mas o consumo ainda aquecido e a incerteza quanto ao comportamento dos alimentos faz muitas consultorias já apostarem no estouro do teto em 2011. Segundo o economista Fabio Ramos, da Quest Investimentos, a economia está desacelerando com força. Apesar disso, a inflação segue pressionada porque a taxa de desemprego baixa faz com que o consumo se mantenha em nível elevado. "Mesmo que as vendas de carros estejam crescendo menos, as oficinais continuam lotadas de automóveis, o que pressiona o preço do concerto", exemplifica. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, acha que a taxa de inflação acumulada em 12 meses começará a cair em outubro, chegando perto de 5% em abril de 2012. Especialistas projetam queda menor para o indicador, para cerca de 6%. Além da demanda aquecida, a desvalorização do real limita a desaceleração. Com o dólar mais alto, bens importados e produtos básicos negociados no exterior -como metais e alimentos- tendem a ficar mais caros no Brasil. Texto Anterior: Saúde precisa de mais de R$ 45 bi extra, diz governo Próximo Texto: Definição do novo ministro do TCU divide base aliada Índice | Comunicar Erros |
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