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Após protesto, superintendente do IPM cai
Pedido de demissão ocorre em meio a manifestações do Sindicato dos Servidores e de acampados em frente à prefeitura
Em nota, Dárcy disse 'lamentar' a saída de Teixeira, que afirmou se sentir incomodado de enfrentar o problema
Em meio a protestos enfrentados pela prefeita Dárcy Vera (PSD), o superintendente do IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários), Luiz Carlos Teixeira, entregou ontem à tarde seu pedido de demissão do cargo.
O movimento que levou à queda de Teixeira começou na última sexta-feira, comandado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, que pede que o cargo seja preenchido por servidor de carreira.
A queda de Teixeira é mais um fator na turbulência pela qual passa a administração. Além dos protestos do sindicato, que ameaça greve geral na próxima quinta-feira, Dárcy também enfrenta manifestantes do MPL (Movimento Passe Livre) acampados em frente à sede da prefeitura desde o dia 25 de junho.
O sindicato pede que a superintendência seja ocupada por um servidor de carreira e não preenchido por acordo político --Teixeira é presidente do PPS na cidade.
Já o MPL pede a redução da tarifa do transporte coletivo para R$ 2,60 sem desoneração de tributos às empresas que fazem o transporte.
Dárcy baixou a tarifa de R$ 2,90 para R$ 2,80 usando como motivo a desoneração de PIS e Cofins --pelo governo federal--, mas enfrenta resistência para chegar aos R$ 2,75 que propõe, com a retirada também do ISS (Imposto Sobre Serviço).
Na noite de ontem, a Câmara acatou parecer da Comissão de Justiça contrário à isenção do imposto.
O ex-superintendente --também ligado ao Sindicato dos Bancários-- disse que pediu demissão contra a vontade de Dárcy, mas que não cedeu à pressão do sindicato.
"Saí porque me incomodava estar no meio do problema. Não foi pela pressão, mas pela relação de confiança com a prefeita. Eu a deixei livre para nomear quem ela achar melhor." Por meio de nota, Dárcy disse apenas lamentar a saída de Teixeira.
ACORDO
Teixeira entregou sua carta de demissão após o segundo protesto na porta do IPM, ontem. A principal reivindicação no primeiro ato, sexta, era o pagamento de parcela de acordo de compensação de perdas do Plano Collor.
Teixeira chegou a ir à Justiça contra o sindicato, mas recuou anteontem após determinação de Dárcy.
Na sexta, os manifestantes trancaram a sede do instituto. Ontem, o prédio foi tomado, mas sem fechar a entrada.
O presidente do Sindicato dos Servidores, Wagner Rodrigues, afirmou que, apesar da exoneração, as manifestações continuarão. "Queremos servidores de carreira no IPM." Disse ainda que a ocupação do instituto seguirá até a próxima semana.