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Criminalidade avança na região em 2009
Mapeamento feito pela Folha mostra alta no nº de furtos e roubos de veículos em 48 locais; homicídios crescem em 42
Em Guará, que zerou os homicídios em 2008 pela primeira vez na década, foram registradas quatro mortes no ano passado
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A criminalidade avançou na
maior parte das cidades da região de Ribeirão em 2009, tanto no caso dos homicídios dolosos (com intenção) como nos
registros de crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos
de veículos. Das 89 cidades da
região de Ribeirão, em 42 houve aumento dos assassinatos na
comparação com 2008; em 26
os crimes se mantiveram estáveis e em 21, houve queda.
Nos casos de veículos roubados ou furtados, o número de
cidades com crescimento das
ocorrências é ainda maior: 48,
ante sete com estabilidade nos
casos e 34 com queda.
Os números são da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Quando se avalia o universo das 89 cidades da região,
os homicídios cresceram
28,27% de 2008 a 2009, enquanto os furtos e roubos de
veículos avançaram 32,60%.
Das cidades mais populosas,
a pior situação foi registrada
em Franca, onde os homicídios
cresceram 81,82% -de 11 para
20. Porém, o avanço da criminalidade não é uma exclusividade de cidades maiores.
Muitos municípios menores
colaboraram de forma decisiva
para que na região os assassinatos tivessem alta bem acima da
média estadual, de 3%.
Um dos exemplos é Guará,
com cerca de 20 mil habitantes,
que em 2008 havia conseguido
zerar os assassinatos pela primeira vez na década, mas que
no ano passado registrou quatro casos. Em Barrinha, as mortes saltaram de uma, em 2008,
para cinco, no ano passado.
Um dos homicídios que chocaram a cidade de 27 mil habitantes, em julho do ano passado, foi o assassinato do jovem
Daniel Constantino, 22, que foi
morto com cinco tiros.
A Folha esteve em Barrinha
anteontem e ouviu de moradores que Constantino era conhecido entre os jovens e, por isso,
a morte violenta marcou a cidade. Procurada, a família da
vítima não quis se manifestar.
Segundo o delegado de Barrinha, Benedito de Castro Filho,
o caso segue sem esclarecimento. De acordo com Castro Filho, há crimes sem solução, como uma mulher que foi encontrada em um matagal com sinais de estrangulamento.
O pesquisador Guaracy Mingardi, que integra o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, disse que a dificuldade no
esclarecimento dos casos é
uma das causas para o aumento das ocorrências. "Homicídios têm múltiplas causas, mas
uma parte [do aumento] pode
ter a ver com a deficiência da
investigação", afirmou.
Já nos crimes contra o patrimônio, há exemplos de crescimento bem acima da média,
como em Jardinópolis, onde os
furtos e roubos de veículos
cresceram 154,55%. Em Ribeirão, a alta foi de 51,24%.
Segundo Mingardi, é comum
cidades maiores concentrarem, proporcionalmente, crescimento de crimes contra o patrimônio. Em cidades menores,
os ladrões são mais "visados",
afirmou ele.
Colaborou EVANDRO SPINELLI ,
da Reportagem Local
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