São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2011

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CONTRA O VETO

Cabe ao médico escolher o melhor tratamento

ROSANA RADOMINSKI
ESPECIAL PARA A FOLHA

A obesidade é uma doença crônica, com caráter epidêmico e que causa inúmeras complicações.
Os pilares do tratamento são as mudanças de estilo de vida. No entanto, só até 40% dos obesos conseguem bons resultados com essas medidas. Os demais precisam de medicamentos.
O arsenal atual é escasso: uma droga com ação intestinal (orlistate) e quatro inibidores do apetite (sibutramina, dietilpropiona, femproporex e mazindol).
A recente decisão dos EUA e da Europa de suspender a sibutramina foi, no mínimo, precipitada, baseada em um único estudo feito em indivíduos que nunca deveriam ter usado a medicação (idosos com doença cardiovascular).
Extrapolar os resultados do estudo "Scout" para o restante dos obesos não tem sentido científico.
Os anfetamínicos são usados há mais de 30 anos. Sua segurança é atestada pela prática clínica. Eles são receitados em vários países, incluindo os EUA.
A suspensão de um ou de todos os remédios trará prejuízos aos obesos.
A prescrição de medicamentos "off label" (para fins diferentes do que a bula indica) aumentará. O exemplo mais atual é o uso do liraglutida, aprovado para tratar diabetes e já largamente usado para perda de peso.
A escolha do medicamento adequado é prerrogativa do médico. O controle para evitar mercados paralelos e o viés de prescrição é responsabilidade da Anvisa.

ROSANA RADOMINSKI, endocrinologista, é presidente da Abeso (Associação para o Estudo da Síndrome Metabólica)


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