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Jubileu de são Paulo reúne diferentes religiões na Síria
Representantes cristãos e muçulmanos estiveram juntos na cerimônia de abertura do ano paulino
DA EFE
Nos últimos dias, Damasco,
capital síria, reuniu cristãos e
muçulmanos em torno da figura de são Paulo, com os 2.000
anos de nascimento do santo,
que iniciou seu apostolado nesse local do Oriente Médio.
O pretexto para reunir os laços entre as religiões foi a declaração de 2008 como ano do
jubileu de são Paulo, um feito
que as diferentes igrejas cristãs
sírias aproveitaram para relembrar os diversos vestígios
deixados pelo santo em Damasco e nos arredores.
"Queremos um jubileu para
todos, não apenas celebrar o
que aconteceu há 2.000 anos,
mas mostrar ao mundo como
vivem os sírios, muçulmanos e
cristãos, em harmonia e tolerância", afirmou o ministro do
Turismo da Síria, Saad Alla Alkala. Ele fez uma reflexão sobre
o choque em que vivem atualmente as civilizações e afirmou
que na Síria as diferentes identidades culturais e religiosas
"não coexistem, mas vivem
juntas", seguindo uma filosofia
de convivência que caracterizou o país durante milhares de
anos.
A tradição cristã ortodoxa situa em Tel Kaukab, pequeno
enclave a menos de 15 quilômetros de Damasco, o lugar onde
são Paulo escutou a mensagem
de Cristo que o converteu ao
cristianismo, após ter se dedicado a perseguir os adeptos da
religião no Oriente Médio.
Foi nesse local, em que se levanta a igreja ortodoxa da Visão
de São Paulo, onde começaram,
no último sábado, as atividades
do ano paulino na Síria, que vão
até 29 de junho de 2009.
"A Síria é um lugar que pertence a todos, independentemente de sua crença religiosa, e
são Paulo é, portanto, a figura
de todos", disse o patriarca sírio
da igreja ortodoxa de Antioquia
Agnatios Hazim, durante a cerimônia de abertura do jubileu
em Tel Kaukab.
No mesmo local, diante de
centenas de peregrinos cristãos, a principal autoridade do
Islã na Síria, o mufti da República, Agmd Beder al Din Hassoun, afirmou que o Oriente
Médio "é o berço das principais
religiões monoteístas", devendo buscar os nexos que as unem
e repelir os que as separam.
Patriarcas das diferentes
igrejas cristãs e representantes
da Igreja Católica compartilharam com as principais autoridades muçulmanas sírias o início das comemorações, que
continuaram em Damasco e
em outro santuário construído
no local onde os católicos situam a conversão de são Paulo.
Esse santuário se transformará em outro centro de peregrinação, junto com a igreja de
Ananias, no centro velho da cidade, levantada em memória
do discípulo de Jesus que guiou
são Paulo em sua conversão.
O governo sírio decidiu
apoiar a celebração do jubileu
decretado pelo papa Bento 16
para oferecer ao mundo uma
imagem do país desvinculada
da tensão do Oriente Médio para atrair o turismo religioso Ligado a locais de culto.
As celebrações do jubileu
paulino em Damasco se juntam
às atividades organizadas por
conta da declaração da cidade
como capital cultural do Islã
em 2008. A Síria, com população majoritariamente muçulmana e apenas cerca de 10% de
cristãos, atraiu no ano passado
mais de 4,6 milhões de turistas
e pretende ultrapassar essa cifra em 2008 com as celebrações
que terão como protagonistas
as diferentes culturas e crenças
que convivem no país.
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