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MARROCOS
Riqueza de detalhes define a arquitetura
Fruto do encontro de islâmicos e andaluzes, decoração é simbolizada pelos zelliges ou mosaicos
COLABORAÇÃO PARA FOLHA,
EM MARROCOS
Fruto da invasão marroquina
na península Ibérica, a arte hispano-mourisca nasceu do encontro entre as tradições artísticas islâmicas e andaluzas.
É a grande arte do detalhe,
com uma extraordinária riqueza decorativa. A proibição da
representação de figuras humanas e animais pelo Islã impediu o desenvolvimento da
pintura e da escultura, mas elevou a arquitetura a arte maior.
Ao andar pelas ruelas de uma
medina (parte histórica das cidades), é impossível bisbilhotar
as casas, sem janelas para a rua.
A beleza da arquitetura marroquina está quase sempre
oculta por muros e imensas
portas de madeira maciça. A recente possibilidade de se hospedar em riads -casas tradicionais com pátio interno- é uma
dádiva para curiosos.
Não é possível descrever uma
casa marroquina tradicional
sem falar da importância da
água e do jardim.
Nas vilas requintadas, entre
palmeiras, glicínias e jasmins,
há sempre uma fonte no meio
do pátio -ricamente decorado
com zelliges, mosaicos geométricos de cerâmica esmaltada e
colorida introduzidos em Marrocos no século 10, que formando infinitas composições.
Os zelliges estão presentes
em quase todas as construções.
Outra ornamentação típica são
os trechos do Alcorão -em escritura cúfica ou nasji. Nos palácios, destaque para os moucharabiehs, janelas em madeira
trabalhada que serviam para as
mulheres verem sem serem
vistas. Os tetos pintados, os arcos e as fontes são outro "must"
da arquitetura marroquina.
As mesquitas são um capítulo a parte. Em Marrocos, os minaretes -torres que se elevam
dos ângulos da mesquita- são
geralmente quadrados. No topo deles, há sempre uma cúpula com janelas, de onde são feitos os chamados para a oração.
Debaixo dos telhados verdes
(a cor do Islã) das mesquitas, as
surpresas não são menores.
Destaque para o pátio com a
fonte para as abluções, o haram
-a vasta sala de orações- e o
mihrab -um nicho escavado
na parede que indica a direção
de Meca. É nessa direção que os
muçulmanos devem se voltar
para fazer as cinco orações diárias. Como a entrada de turistas
não-muçulmanos nas mesquitas é proibida, resta o consolo
de ver toda esta beleza através
das portas entreabertas.
(LETÍCIA FONSECA-SOURANDER)
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