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"IN AND OUT"
O bairro chinês guarda ao menos duas boas refeições; para comer dim sum é preciso deixar frescura de lado
Pato e bolinhos misteriosos conduzem a Chinatown
DA ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK
Quinquilharias e ingredientes que parecem ter vindo de
outro planeta arrastam nova-iorquinos e turistas às tumultuadas ruas de Chinatown, o
bairro chinês de Nova York.
A caminhada, diurna ou noturna, por essas ruas, rende,
além de uma certa vontade de
nas próximas férias ir a Xangai
ou Pequim, alguns dos melhores suvenires de viagem -como
os chás à venda no supermercado Hong Kong, no 109 da avenida East Broadway.
Além disso, o bairro guarda
duas refeições que devem constar do plano de viagem.
Uma delas está no Peking
Duck House e consiste em um
pato de cor acobreada que, depois de ser cortado com habilidade por um chinês grandalhão
e habilidoso, chega à mesa em
fatias formadas por uma casquinha de pele, a camada fina
de gordura e a carne suculenta.
As fatias, com molho e pepinos e cebolinha frescos e cortadinhos, são colocadas, pelo comensal, em uma panquequinha
fina e quente que, enrolada, é
levada à boca com as mãos.
É uma refeição pesada, mas
vale esquecer o cuidado com o
corpo por alguns instantes.
Para duas pessoas, o meio pato custa US$ 40 e mais do que
basta. Com bebidas e taxas, a
refeição sai por US$ 58.
O preparo do pato inclui
bombear a ave com ar, para que
a pele fique esticada. Depois,
ele toma alguns banhos de água
fervente e é seco. A pele seca é
esfregada com xarope de maltose, e o pato é levado ao forno.
A outra refeição está no Golden Unicorn, e consiste em tentar desvendar o que são os bolinhos, sopas e afins servidos no
famoso dim sum do lugar.
É uma aventura. Os salões do
unicórnio dourado ocupam
dois andares do prédio, e a fila
de espera se forma, portanto,
no hall do térreo. De lá, a hostess direciona os clientes para
os andares, onde eles são recebidos por um mâitre.
Acomodado, o cliente espera
a passagem de carrinhos com a
comida. O dim sum é uma espécie de brunch, uma combinação de café da manhã com almoço. O forte são os bolinhos
recheados e cozidos no vapor.
E a aventura começa ao tentar entender o que vem no bolinho, pois nem a hostess, nem o
mâitre e nem as garçonetes que
arrastam os carrinhos falam
uma palavra em inglês.
Ao apontar um carrinho e
perguntar à garçonete qual daqueles bolinhos tinha "pork"
(carne de porco), a reportagem
da Folha presenciou um "tilt".
A garçonete começou a apontar todos os bolinhos e a repetir: "pork, pork, pork, pork". Finalmente escolhido um deles, o
recheio era de camarão. A solução é entregar a Tsao Chün, a
deidade chinesa da comida, e
levar a iguaria à boca.
A refeição é tradicionalmente acompanhada de chá e vale
por um almoço. Os itens são
cobrados um a um e, no final,
uma refeição para dois -que
nesse dia provavelmente vão
apenas jantar- custa cerca de
US$ 20.
(HELOISA LUPINACCI)
PEKING DUCK HOUSE
Rua Mott, 28; de dom. a qui., das
11:30 às 22h30; às sex. e aos sáb.,
das 11h45 às 23h; tel.: 00/xx/1/
212/227-1810;
www.pekingduckhousenyc.com
GOLDEN UNICORN
Av. East Broadway, 18; de seg. a
sex., das 9h às 23h; aos sáb. e dom.,
das 8h às 24h;
Tel.: 00/xx/1/212/941-0911
SUPERMERCADO HONG KONG
av. East Broadway, 109
Tel.: 00/xx/1/212/227-3388
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