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VERDADES E MENTIRAS
Fama está ligada a gângsteres e a astros
Palco de personagens polêmicos e marcantes que a ajudaram a ganhar prestígio, metrópole ainda cresce
DO ENVIADO ESPECIAL A LAS VEGAS
De estação de trem e burgo
de mineradora, em 1905, até se
tornar meca do entretenimento adulto nos EUA, a partir de
1950, Las Vegas foi edificada
por um turbilhão de cifrões.
"O que acontece em Las Vegas, fica em Las Vegas", deixa
claro o velho slogan, cunhado
numa época em que essa cidade
luxuriante e fake ia a noitadas
quase pecaminosas nos saloons
de Freemont Street, cujo teatro, o Majestic, é de 1912.
Nos anos 1940 e 1950, a cidade virou metrópole edificando
seus hotéis, aliás, agora enormes resorts, ao longo da avenida Strip. Atrás dessa empreitada estiveram respeitáveis capitalistas, artistas do showbiz e,
também, gângsteres de Chicago, Nova York e Los Angeles.
Hoje, ainda que o espectro de
crise financeira ronde o futuro
dos EUA após as eleições presidenciais, em novembro deste
ano, Las Vegas cresce a olhos
vistos: tem 136 mil quartos de
hotel e está erguendo outros 32
mil até o fim de 2009. E muitos
dos hotéis sequer têm cassinos.
Dos 39 milhões de turistas
que visitam anualmente essa
metrópole turística, 4,7 milhões vêm de outros países (número não muito distante dos 6
milhões de turistas estrangeiros recebidos no Brasil).
De olho no futuro e com o horizonte coberto de gruas e de
construções em andamento
por todos os lados, os empreendedores e as autoridades de Las
Vegas miram nos viajantes internacionais. Só que não apostam todas as fichas na jogatina,
estratégia da concorrente Macau, que pertence à China.
Shows e gastronomia de qualidade, novos megaresorts na
avenida Strip e a construção de
outro aeroporto estão em pauta
(o atual, MacCarran Airport, é
o 14º mais movimentado do
mundo e tem 165 vôos/semana
vindos do exterior).
Tudo por dinheiro
Mas, se hoje ganha espaço o
chamado entretenimento "saudável", o passado de Las Vegas
foi povoado por personagens
do barulho. Entre os gângsteres
que bombaram, Bugsy Siegel,
um arruaceiro de Los Angeles,
fez fortuna como sócio do hotel
Flamingo. Imortalizado em filme homônimo estrelado por
Warren Beatty, em 1991, Bugsy
foi brutalmente assassinado
pela máfia, em 1947.
O empreendedorismo local
também teve como alavanca o
bilionário Howard Hughes, dono de vasta área e de hotéis na
avenida Strip. Notícias da época garantem que ele não saía do
quarto por longos períodos.
Em Freemont Street, o hotel
Golden Nuggett conserva a suíte e o camarim de Frank Sinatra, com providenciais portas
no fundo e áreas de escape. Sinatra é uma estrela cuja história se confunde com a de Las
Vegas; a outra, onipresente, é
Elvis Presley. A julgar pela infinidade de imitadores, ali, Elvis
não morreu.
(SILVIO CIOFFI)
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