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A BOLA DA VEZ
Produção de vinho se concentra na Província do Cabo Ocidental, que tem Cidade do Cabo como capital
Região de vinícolas tem 16 rotas distintas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
NA ÁFRICA DO SUL
A indústria do vinho na África do Sul é considerada a mais
antiga do mundo fora da Europa -foi fundada em meados do
século 17. Seus vinhedos são baseados principalmente na Província do Cabo Ocidental, que
tem na Cidade do Cabo a sua
capital.
A produção está concentrada
nas cidades vizinhas de Stellenbosch, Franschhoek e Paarl, todas históricas e distantes menos de 80 quilômetros da Cidade do Cabo.
São mais de 200 vinícolas nas
Winelands, ou Terras do Vinho,
como é conhecida a região. A
maior parte do cultivo vai para
vinhos brancos, principalmente de chenin blanc, mas a África
do Sul é também conhecida por
ter dado origem à sua própria
variedade de tinto, o pinotage.
Stellenbosch foi a primeira
cidade produtora no país a instituir uma "wine route", ou rota
do vinho, para facilitar a vida
dos turistas, e hoje já são 16 rotas diferentes.
Mas até mesmo dentro dos limites da Cidade do Cabo é possível visitar algumas vinícolas
famosas, espalhadas em vales
nos contrafortes da montanha
da Mesa.
A Groot Constantia é a maior
delas. Fundada em 1685 pelo
então governador Simon van
der Stel, é atualmente a mais visitada da cidade.
Os turistas param aqui para
apreciar a sede da fazenda, um
belo exemplo de arquitetura
colonial do cabo, ou "cape
dutch", e principalmente para
provar algumas das variedades
disponíveis.
O vinho de Constantia já foi
considerado um dos principais
do mundo, no século 18, e arrebanhava apreciadores nas classes dominantes européias, caso
de Napoleão, e na literatura, como o poeta francês Charles
Baudelaire (1821-1867) e os escritores ingleses Charles Dickens (1812-1870) e Jane Austen
(1775-1817).
Conhecido como "vin de
Constance", este vinho doce,
elaborado com uva da variedade muscat à petit grains, é produzido atualmente pela vinícola vizinha, Klein Constantia,
que fazia parte originalmente
das terras da Groot Constantia.
O vinho é vendido em garrafas assimétricas, réplicas das
originais, que eram sopradas
artesanalmente.
Outras vinícolas famosas em
Constantia, bairro com casas
de luxo e muito verde, incluem
a Buitenverwachting e a Constantia Uitsig.
Durante o regime de segregação racial do apartheid, quando
o país foi objeto de um embargo
internacional, a indústria do vinho passou por um período de
dificuldades, com safras de
qualidade inferior e decadência
generalizada. Por muito tempo
vigorou a prática de pagar com
vinho parte dos salários dos
trabalhadores. As restrições de
venda para negros do "licor do
homem branco" caíram durante os anos 60, e atualmente a indústria passa por um momento
de ressurgimento no mercado
mundial.
(PEDRO CARRILHO)
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