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A BOLA DA VEZ
Cadeia montanhosa mais alta do país alterna formações basálticas gigantescas e sólidos hotéis de luxo
Drakensberg encerra anfiteatro insólito
Marina Della Valle/Folha Imagem
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Picos da região do "Amphitheatre" (anfiteatro) refletidos em represa na região da cordilheira Drakensberg, na fronteira de KwaZulu-Natal com o Estado Livre e o Lesoto
DA ENVIADA ESPECIAL
Por trás de rolos de feno espalhados nos campos e de árvores em tons outonais, imensos
picos e escarpas rugosas bloqueiam parte do céu. Sim, estamos na África do Sul -mais
exatamente na porção noroeste da Província de Kwazulu-Natal, nas proximidades das
fronteiras com o Estado Livre e
o Lesoto, país encravado no
território sudeste sul-africano.
A paisagem singular atende
pelo nome de Drakensberg, a
cadeia de montanhas mais alta
da África do Sul. O pico mais alto na parte sul-africana alcança
3.450 metros de altura, mas
ainda fica atrás de Thabana
Ntlenyana, no Lesoto, o ponto
de maior altitude daquele país,
com 3.482 metros .
O conjunto de montanhas se
estende por 1.125 km, separando o litoral do planalto interior.
Vales são ladeados por picos e
escarpas de basalto com uma
curiosa formação que alterna
vegetação rala e blocos de rocha
nua. Há cerca de mil anos, a região foi habitada pelo povo originário da África do Sul, os bosquímanos, que deixaram diversas pinturas rupestres nas rochas e cavernas.
As escarpas dentadas inspiraram o nome zulu para a cordilheira, uKhahlamba, "barreira de lanças", e também o nome
atual, em africâner, que significa "montanha do dragão".
O parque uKhahlamba-Drakensberg foi declarado patrimônio mundial pela Unesco
em 2000. Esses mesmos vales
de vegetação e água abundantes que viram uma sucessão de
diferentes povos agora abrigam
hotéis, muitos deles de luxo, e
um grande fluxo de turistas,
sul-africanos ou estrangeiros.
A infra-estrutura hoteleira se
divide pelas regiões da cordilheira, conhecidas pelos nomes
de seus parques ou de suas
principais atrações.
O vale Champagne é dominado pelo Champagne Castle,
com 3.777 m. O Giant's Castle,
com 3.314 m, dá nome a uma
reserva natural criada em 1902
para proteger os elandes (espécie de antílope) e concentra vários exemplos de pinturas rupestres em suas cavernas.
Ao norte, o parque nacional
Royal Natal guarda um dos cenários mais fotografados da região, o "Amphitheatre" (anfiteatro), paredão de basalto em
forma de crescente que se estende por 5 km entre dois picos
e alcança 1.500 m de altitude.
É onde o rio Tugela forma a
segunda queda-d'água mais alta do mundo, com 948 m. No
inverno, rigoroso por conta da
altitude, algumas partes superiores da cachoeira congelam,
formando colunas de gelo.
A região se presta à prática de
diversas atividades ao ar livre,
do golfe às trilhas, passando
por cavalgadas e observação de
pássaros, com dias ensolarados
e noites frias. No inverno, as
temperaturas caem bastante,
trazendo neve, algumas vezes
em grandes quantidades -uma
boa desculpa para aproveitar
um dos famosos vinhos sul-africanos em volta de uma lareira.
(MARINA DELLA VALLE)
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