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A BOLA DA VEZ
Cidade está entre as mais violentas do mundo; os passeios pelo bairro Soweto são hoje muito procurados
Johannesburgo assusta os desavisados
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
NA ÁFRICA DO SUL
Mal o visitante chega ao Aeroporto Internacional de Johannesburgo e já fica evidente
o esforço monumental que o
país vem fazendo para modernizar sua infra-estrutura a tempo de receber a Copa do Mundo
de 2010. Atualmente, o aeroporto passa por extensas obras
de adequação, o que torna a
chegada e a partida um tanto
caóticas.
Johannesburgo é o coração
financeiro e comercial do país.
Uma espalhada conurbação de
centros comerciais distintos,
subúrbios opulentos e enormes
townships (bairros e favelas de
população negra e mestiça) entrecortados por vias expressas
de trânsito intenso, a cidade
não é das mais belas ou agradáveis em termos turísticos.
Assim como na Cidade do
Cabo, o abismo social é chocante. As estatísticas da criminalidade colocam Johannesburgo
entre as mais violentas cidades
do mundo. Enquanto a elite,
ainda majoritariamente branca, busca abrigo da violência
nos modernos shopping centers e atrás de cercas elétricas, a
maioria da população vive abaixo da linha de pobreza ou em
miséria absoluta nas muitas
townships que cercam a cidade,
como Alexandra e Soweto.
Apesar de recentes tentativas de revitalização, o centro da
cidade e os seus arredores, como Hillbrow e Yeoville, ainda
são muito perigosos. Quem
quiser arriscar um passeio deve
redobrar a atenção e levar somente o essencial.
Entre as atrações da cidade,
talvez a mais interessante seja
o museu do Apartheid (www.
apartheidmuseum.org). Logo na entrada o visitante recebe uma identificação de acordo
com sua "raça" e entra por portas separadas. O museu detalha
a história do antigo regime de
segregação.
A cidade cresceu vertiginosamente com a descoberta de ouro na região no final do século
19 -em três anos, tornou-se a
maior cidade do país. O inchaço prosseguiu século 20 adentro, com seguidas migrações
em busca das oportunidades, o
que deu origem aos enormes
complexos de favelas.
Um dos passeios preferidos
pelos turistas é justamente pelas townships do Soweto, lar de
pelo menos 2 milhões e meio
de habitantes, e a mais visitada
comunidade negra do país. Em
Soweto é possível visitar museus dedicados a história da luta contra o apartheid, encontrar tradicionais bares conhecidos como shebeens, restaurantes e ainda passar a noite
em uma das mais de 30 pousadas que surgiram com o crescimento do turismo.
(PEDRO CARRILHO)
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