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Cabanas são opção para pausa e até para umas horas de sono
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO JAPÃO
A rota principal para subir o
Fuji tem oito cabanas com luz
artificial, assentos, venda de
lanches e refeições, banheiros
e, em algumas, hospedaria.
Essas cabanas ficam nos
marcos de mudança de estágio,
além de algumas entre o sétimo
e o oitavo, quando começa a fase mais longa e difícil da rota.
Assim, é possível fazer pausas.
O francês Matthieu Gaire, 28,
acha boa a estrutura. Como já
esteve nos Alpes, em seu país,
compara: "Era bem diferente,
não havia uma trilha organizada como aqui, onde o espaço é
mais amplo para caminhar".
Os banheiros são bem cuidados e, normalmente, funcionam com base na colaboração
voluntária de 100 ienes (R$
1,47), uma prática que funciona
no espírito colaborativo e honesto. Na entrada dos banheiros, há pilhas de moedas ao alcance de todos. Mas elas ficam
ali, intactas, à espera do responsável pela manutenção.
Ao chegar ao pico, é possível
dormir ao ar livre ou consumir
algo em um dos restaurantes e
dormir ali mesmo. Ou, ainda,
deixar para dormir numa hospedaria no oitavo estágio.
A professora bruneana Foo
Chuan Eng, 32, conta sua experiência na hospedaria do oitavo
estágio, em que pagou cerca de
3.000 ienes (R$ 44,34) para
dormir por três horas: "Era um
grande salão, dividido em duas
fileiras de 30 sacos de dormir
cada uma, em que as pessoas
dormiam bem próximas umas
das outras".
Ela conta que não era fácil
pegar no sono porque alguns
roncavam, o lugar era frio e não
cheirava bem, e avisa que não
há banheiro ou local para banho. O venezuelano Orlando
Gonzalez, 30, discorda. Diz que
o local era confortável, com coberta, futon e almofada. "Dormi muito bem".
O japonês Suzuki Kei, 29,
deixou para dormir apenas
uma hora no topo do monte. O
indiano Manikandan Vaira, 28,
não dormiu nada. Mas não recomenda: "Sugiro que as pessoas durmam ao menos quatro
horas antes de descer, para que
aproveitem melhor". Os preços
variam: no sétimo estágio, uma
hospedaria com cerca de 100
lugares cobra 5.600 ienes (R$
82,80). E nem sempre há vagas.
Lanche
A comida e outros itens no
topo do Fuji são caros. Se nas
máquinas espalhadas na base
do monte uma lata de refrigerante ou suco custa cerca de
100 ienes (R$ 1,47), no topo o
preço fica quatro vezes mais caro. Levar a própria comida é
boa dica para economizar.
O preço alto é explicável pela
dificuldade de acesso. Quem
trabalha em estágios mais elevados do Fuji chega a morar ali
na alta temporada. Matsuda
Kouta, 22, que produz suvenires e as vende no topo, se instala ali em julho e agosto.
Em quase todo o trajeto é
possível telefonar. No sétimo
estágio, o brasileiro Renato
Onodera diz que, de seu celular,
havia sinal até para ligar para o
Brasil.
(MAURÍCIO KANNO)
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