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Ator de "A Sete Palmos" diz que pensa mais na morte
PALOMA VARÓN
DA REDAÇÃO
HOJE, às 22h30, vai ao ar o segundo
episódio de "A Sete Palmos", a série
do HBO que é sucesso de público nos
EUA, onde já estreou a segunda temporada. Na produção, que mistura drama e
humor negro, a morte esta sempre presente no dia-a-dia de uma família de
agentes funerários. O ator norte-americano Peter Krause, 36, que interpreta Nate, o irresponsável filho mais velho dos
Fisher, disse ao TV Folha que não se incomoda em trabalhar numa série cujo
argumento, para muitos, é mórbido.
"Nós tentamos negar a morte, não pensar nisso. Todos nós queremos viver o
momento, mas todos vamos morrer, isso
é um fato", afirma calmamente. Krause
diz não ter problemas com a morte, mas
admite que a série o fez pensar mais sobre o assunto. "A vida é uma meditação
diária sobre a morte. Então, claro que a
série me fez refletir muito sobre isso, mas
eu já pensava antes. Só que agora talvez
pense mais."
""A Sete Palmos" fala de temas comuns
à humanidade, como a morte, a família e
os relacionamentos. Por isso acho que
vai agradar aos brasileiros como agrada
aos americanos", diz Krause. A série tem
roteiro de Alan Ball (vencedor do Oscar
de melhor roteiro em 1999, por "Beleza
Americana").
O ator vê semelhanças entre a sua experiência de vida e a de seu personagem.
"Eu saí de casa aos 17 anos, como Nate
fez. Eu também não gosto de assumir
muitas responsabilidades. Mas a minha
vida está muito mais direcionada que a
dele", afirma Krause, formado em interpretação e integrante de companhias teatrais em Los Angeles, além de ter atuado
em séries de TV como "Cybill", "Seinfeld" e "Sports Night".
Sem dúvida, os Fisher fazem com que
as pessoas se debrucem sobre o tema de
forma, no mínimo, divertida. Apesar disso, eles formam uma família normal,
com problemas e diversidade. Viúva, a
matriarca Ruth tem três filhos: Nate
(Krause), David (Michael C. Hall), o filho do meio, que assume os negócios do
pai (morto nos primeiros minutos do
episódio de estréia) e, apesar da pose de
durão, namora um policial, e a adolescente Claire (Lauren Ambrose), que, assim como Nate, não se adequa aos negócios da família. A caçula tem uma turma
de amigos da pesada, com quem sai para
beber e se drogar.
A atriz australiana Rachel Griffiths,
que ganhou neste ano o Globo de Ouro
de melhor atriz coadjuvante por seu papel na série, interpreta a namorada de
Nate. Para Krause, todos os personagens
têm uma carga de dramaticidade bem
explorada. Ele só tem elogios ao roteirista, Alan Ball. "Ele é realmente muito
bom; é incrivelmente generoso ao inventar personagens e permite que a gente crie em cima", diz. E completa: "Uma
coisa que ele mostra, que poucos roteiristas fazem, é que o ponto de vista de todo mundo é válido. Eu acho que isso é
importante porque, no mundo em que
vivemos, às vezes é difícil contemplar diferentes aspectos de uma coisa".
Além do roteiro, Ball dirigiu alguns
episódios da série, que conta com Rodrigo Garcia, Jim McBride, Kathy Bates e
Jeremy Podeswa, entre outros, na direção. Isso garante algumas diferenças entre as histórias, mas o foco central continua o mesmo.
Em setembro, a equipe começa a filmar a terceira temporada. Cada uma é
composta de 13 episódios. A primeira
temporada ganhou o Globo de Ouro
2002 de melhor série dramática.
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