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CANAL TOGADO
Julgamentos polêmicos serão o principal trunfo da TV Justiça
Emissora do Poder Judiciário entra no ar hoje com a meta de tornar os tribunais mais transparentes
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FERNANDA DANNEMANN
FREE LANCE PARA A FOLHA
ASSIM como a TV Câmara e a TV
Senado, canais públicos veiculados
por cabo e que alcançam audiências consideráveis dependendo da programação
-a cassação do senador Antônio Carlos
Magalhães, no ano passado, por exemplo, teve grande audiência na TV Senado
-, a TV Justiça, que entra no ar hoje, às
14h, em caráter experimental, provavelmente irá pelo mesmo caminho.
"Onde vier a ocorrer um julgamento
do interesse da sociedade, poderemos ter
uma publicidade maior, divulgando-o. A
TV Justiça vai contribuir para essa maior
transparência do Judiciário", diz Marco
Aurélio de Mello, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), onde fica a
sede da emissora.
Como o próprio nome diz, o canal é do
Poder Judiciário. Direcionado ao cidadão comum, seu maior desafio será traduzir em linguagem acessível o que se
passa nos corredores da Justiça. "É um
canal didático e de conscientização da
população", diz a gerente -termo usado
pelo canal- Cláudia Lemos.
Segundo ela, não faltará assunto. "Muitas coisas do cotidiano das pessoas passam pela Justiça, como os direitos das
trabalhadoras relacionados à maternidade ou a permissão ou não do uso de películas escuras em vidros de automóveis",
afirma.
Mas os picos de audiência certamente
ficarão por conta das transmissões de
julgamentos importantes ou polêmicos.
Elas poderão ser ao vivo ou gravadas e
editadas. Fazendo jus ao didatismo,
Cláudia Lemos afirma que as imagens
sempre terão o acompanhamento de
um âncora. "Haverá cortes para o estúdio, onde o apresentador comentará os
fatos, e artes que esclarecerão o significado de termos como habeas corpus",
diz ela.
Contratada pelo STF, a TV Cultura de
São Paulo opera a nova emissora, e foi
quem recrutou e selecionou a maior
parte dos profissionais, além de criar cenários e vinhetas. Desde 1996, o STF investiu US$ 740 mil em equipamentos.
Com cobertura nacional, a TV Justiça
conta com mais de 50 instituições envolvidas na produção de sua programação.
"Montamos uma rede em que o STF
produz notícias e edita material enviado
por Tribunais, Defensorias e Ministérios
Públicos de todo o país", afirma Cláudia.
O sinal da TV Justiça será retransmitido pela Sky e Directv em todo o país,
além de operadoras de cabo nas capitais
e antenas parabólicas. A programação
estará no ar diariamente das 14h às 20h.
Segundo Cláudia Lemos, a expectativa é
de que profissionais ligados ao direito
formem um público cativo, mas que o
cidadão comum seja conquistado pela
programação "quando estiver zapeando
com o controle remoto".
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